Região nordeste do Estado costuma plantar mais tarde que o resto do país. Segundo Aprosoja-PA, plantio está em 70% e aguarda produção menor que as 600 mil toneladas previstas
Fernanda Farias | Paragominas (PA)
Na região nordeste do Pará, o plantio começa mais tarde que no resto do país. Porém, a situação enfrentada pelos produtores paraenses está sendo muito parecida com a dos outros sojicultores brasileiro. Neste ano, uma estiagem provocou atraso de mais de 30 dias e já compromete a segunda safra de milho.
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A produção de soja no Pará está dividida em três áreas: Santarém, no norte do Estado, tem 60 mil hectares; a parte sul possui 110 mil hectares; e o nordeste, na região de Paragominas, onde 200 mil hectares estão com a semeadura atrasada.
– Nós estamos atrasados 30 dias do calendário previsto. A gente ia largar o plantio de soja e de milho ao mesmo tempo. A chuva só iniciou aqui em janeiro, então estamos com 70% da área plantada até agora – explica o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Pará (Aprosoja-PA), Vanderlei Ataídes.
Quem plantou mais cedo enfrentou a seca e vai reduzir a produtividade. Hoje, a estimativa é a redução de 10% das 600 mil toneladas previstas no Estado. O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, avalia que a perda não deve passar disso, devido à proximidade da região com a Linha do Equador, o que permite mais luminosidade para as plantas.
– Dependendo do material, o atraso de 30 dias pode até ficar interessante para um rendimento um pouco melhor. A soja é uma planta que precisa de oferta de luz para definir seu período vegetativo e reprodutivo. Na medida em que oferta mais luz, o material pode crescer muito, acamar, e ficar fora de uma situação melhor para sua colheita – orienta.
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O agricultor Valdecir Zuffo esperava colher mais que as 53 sacas previstas na sua propriedade de 1000 hectares em Paragominas. O plantio dele começou em janeiro, depois da primeira chuva.
– Tivemos algumas perdas no início, devido às chuvas que atrasaram, principalmente na soja precoce e, também, perdemos parte da nossa janela de safrinha. Em torno de 30% a 40%, no meu caso – comenta.
A segunda safra de milho é o que mais preocupa a Aprosoja-PA. A redução de área prevista é de 70%.
–Por exemplo, nosso planejamento era de cultivar 1000 hectares de safrinha, pode ser que a gente plante 200 hectares. Porque o risco é faltar chuva lá na frente – comenta Vanderlei Ataídes.
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