Em Mato Grosso, agricultores aproveitaram o bom momento para garantir as vendas do milho, mas atraso pode diminuir a produtividade do cereal e prejudicar as entregas
Canal Rural | Mato Grosso
O atraso no plantio da soja já aumenta a preocupação dos produtores. Em Primavera do Leste, no sudoeste de Mato Grosso, os agricultores enfrentam este problema. A falta de chuvas atrasou o plantio da oleaginosa e o planejamento do milho safrinha. Se o cultivo da segunda safra atrasar, a produtividade cairá e vai comprometer a entrega do milho já negociado.
O agricultor Edson Zelenski cultiva 1100 hectares de soja no município. Ele começou a semeadura no dia 15 de setembro, no final do vazio sanitário, mas ele só conseguiu cultivar na área irrigada da propriedade até agora.
– Começamos o plantio em algumas áreas com mais umidade no solo, mas fica preocupação de replantio, mas a lavoura é uma atividade arriscada. Quem está neste ramo passa por isso, temos vários fatores instáveis, um deles é o clima – afirma.
• Qualidade das sementes gera revolta em Primavera do Leste (MT)
Este cenário liga um alerta. Zelenski, por exemplo, vendeu antecipadamente mais da metade da safra de milho e teme não conseguir entregar.
– É um ano que nos motivou a fazer negociações futuras, principalmente para o milho, então já temos perto de da produção 60% já negociada. Dentro do histórico, o período ideal para o milho seria em fevereiro, mas com este atraso nós devemos plantar em março. A tendência é de redução de produtividade e, claro, isto gera uma preocupação – explica o agricultor.
O presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, José Nardes, relata que grande parte dos agricultores da região já vendeu antecipadamente e agora estão apreensivos com o atraso provocado pela estiagem.
– É muito difícil o produtor plantar durante fevereiro de 2016, que é o melhor período. Então ele vai ter que plantar em março, vamos rezar para que chova em maio, para que o produtor possa ter uma safra normal e consiga cumprir seus compromissos com os contratos futuros. Se não chover entre o final de abril e início de maio de 2016, nós vamos ter problemas para este produtor que já negociou o milho – alerta Nardes.
Em Primavera do Leste apenas 20% da área foi plantada até o momento. No mesmo período do ano passado, os trabalhos de campo já estavam praticamente finalizados. Segundo a consultoria AgRural, apenas 31% da safra foi cultivada até o momento em todo o país, muito abaixo dos 42% que é a média dos últimos cinco anos. Em Mato Grosso, este índice está em 38%, 2,5 pontos percentuais abaixo do registrado em 2014.
Helicoverpa ataca
A lavoura do agricultor Edson Zelenski está se desenvolvendo bem, mas o produtor está preocupado com os ataques da lagarta Helicoverpa armigera.
– Pela segunda vez vamos ter que fazer aplicação de inseticida nesta helicoverpa, nessas primeiras áreas surge todos os tipos de inseto, que sobram das lavouras do milho e do algodão. São pragas que são mais difíceis de controlar, mas são monitoradas constantemente – afirma o agricultor.
O agrônomo Fábio Guerreiro foi até a propriedade para fazer uma avaliação dos ataques. Depois da análise, ele constatou que as lagartas encontradas na propriedade de Zelenski. Guerreiro alerta aos produtores que cultivam a safra com pivô de irrigação.
– Nós viemos fazer a constatação e realmente tem características da Helicoverpa armigera. Para quem tem pivô na região, é bom se preocupar, monitorar e fazer o controle o quanto antes – orienta.
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