? Conversas com a companhia existem, mas o retorno é sempre o mesmo: eles (Doux) não têm dinheiro para pagar os integrados. Precisamos de uma resposta mais concreta ? disse Weber.
Ele contou que executivos da Doux no Brasil alegam ainda ter problemas com o real valorizado, o que afeta os resultados da exportação, e que ainda tem a receber créditos do governo federal de mais de R$ 40 milhões relativos à restituição de PIS e Cofins, que eram pagos regularmente até o início de 2010.
Sem uma solução efetiva, nesta quarta, dia 13, a comissão de integrados da Fetag se reunirá para combinar os detalhes da manifestação dos produtores a ser realizada a partir da próxima terça, dia 19, nas portas das unidades da companhia no Estado. De acordo com o Weber, o objetivo é chamar a atenção da filial brasileira, mas principalmente ter algum retorno da matriz francesa.
O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, disse que no final do ano passado encaminhou um documento à diretoria da empresa francesa, detalhando os problemas da falta de pagamento aos integrados, mas não obteve resposta sobre o assunto.
A prefeitura de Montenegro (RS), município onde fica a sede da Doux Frangosul, está se mobilizando para encontrar uma solução para a falta de pagamento aos integrados. Conforme o vice-prefeito da cidade, Marcos Gilberto Leipnitz Griebeler, ele e o prefeito farão uma visita à companhia na semana do dia 25.
? O que temos notícia é que toda a produção está sendo vendida, que os salários, previdência e impostos estão em dia, que inclusive há contratação de pessoal, mas nada de pagar os integrados ? afirmou.
A Doux Frangosul é responsável por 25% a 28% da arrecadação de impostos do município.
? Por isso precisamos lidar com muita calma, tentar achar uma solução conciliadora para todos ? ressaltou Griebeler.
A Doux Frangosul, com dez unidades no Brasil, tem enfrentado problemas no país, com atrasos no pagamento de fornecedores desde o início de 2008, em consequência da crise econômica mundial. No final de outubro, a empresa conseguiu um empréstimo no Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e pagou somente parte dos débitos com produtores integrados de frangos e suínos. Em junho do ano passado, e empresa vendeu seus ativos de peru à Marfrig Alimentos por R$ 65 milhões. A operação, com capacidade de abate de 30 mil aves por dia, representava 6% do abate total da empresa no Brasil.