Dos 20 pontos modificados pelos deputados no plenário, pelo menos 10 desagradaram. A retirada de parte do artigo que falava em recomposição nas beiras de rio foi considerada um retrocesso pelo senador Rodrigo Rollemberg. O parlamentar reclamou ainda da falta de um prazo para regularização dos produtores no Cadastro Ambiental Rural.
— Você está estimulando a má-fé. O cara pode se cadastrar ou não e não terá penalidade por isso.
Durante a audiência, o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Brandão Cavalcanti, lembrou que a ministra Izabella Teixeira já havia se manifestado a favor da proposta do novo Código Florestal aprovada no Senado. Segundo o secretário, as mudanças feitas pelos deputados ainda estão em análise no Ministério.
O professor da Universidade de Brasília Sérgio Sauer afirmou que o argumento de que o meio ambiente é empecilho à produção agropecuária foi um “engodo” amplamente usado na aprovação, pela Câmara, deste novo código. Porém, segundo ele, a desproteção ambiental vai gerar exatamente o contrário: insegurança alimentar e rompimento dos pressupostos de uso socioambiental da terra.
Geógrafo e autor do livro “A Cidade e o Código Florestal”, Márcio Ackerman, defendeu o veto total do novo texto. Ele afirmou que a crítica ao texto não é “conversa de ambientalista”, mas sim, baseada em fatos concretos.
O geógrafo ressaltou que morrem pessoas por desrespeito às áreas de preservação permanente (APPs) em margens de rio, por causa dos alagamentos, e em encostas, por conta dos deslizamentos de terra em áreas urbanas. Segundo Ackerman, a não necessidade de recomposição destas áreas, como aprovado no novo código, é uma irresponsabilidade.
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