O produtor rural Ezequiel Malinski diz que tenta diversificar e não consegue. Sua granja, na zona rural de Porto Alegre, tem apenas quatro hectares. Dois são dedicados ao plantio de hortaliças. Por mais que ele queira, falta espaço para cultivar outras culturas.
? Uma das maiores dificuldades nossa são os fatores climáticos. Depois, com poucas pessoas na família, há falta de mão-de-obra ? conta.
No encontro promovido na Assembleia Legislativa, foram apresentados problemas e discutidas as soluções.
? Nós ainda nos ressentimos um pouco da questão de mercado. Normalmente o agricultor não é ensinado a vender, apenas a produzir. Nós temos o problema da escala, que atualmente é um problema sério. Porque produzir em pequena escala é fácil, mas para produzir em uma escala maior fica difícil porque alguns não têm nem terra para isso. Há também o entrave da burocracia, porque precisa licenciamento, pagamento de taxa, carimbo, licença. Essas coisas acabam facilitando para que empresas tomem os lugares dos pequenos ? explica o deputado estadual Heitor Schuch (PSB-RS).
Notícias Relacionadas
Os deputados ouviram representantes de universidades, federações de apoio aos agricultores, além da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
? É uma questão que está relacionada muito mais às políticas públicas e ao mercado. Não basta a gente dizer para o produtor, plante isso, plante aquilo, se ele não tiver alguma garantia que a produção dele vai ser absorvida pelo mercado. E, além disso, não basta só ela ser absorvida, ela precisa gerar renda ao agricultor ? diz o chefe adjunto da Embrapa Clima Temperado, Clenio Nailto Pillon.
As propostas serão analisadas pela Comissão de Agricultura da Assembleia.
