Os mais de 600 funcionários dos 1,3 mil trabalhadores da unidade da Doux em Passo Fundo seguem em greve. A paralisação parcial dos colaboradores teve início no dia 19 de julho, mas, segundo a empresa, as operações da fábrica seguem normalmente.
Segundo informações do TRT, o sindicato alega que a divergência entre as partes se dá no reajuste do piso salarial, hoje de R$ 650, além da negociação dos dias parados. A Doux está oferecendo um piso de R$ 720 (aumento de 10,77%). “O procurador da empresa alega que esta não pode arcar com um piso acima do oferecido, em razão do baixo valor do dólar, que influi nas exportações”, diz a ata da reunião.
Já o sindicato sugere um piso de R$ 730 (incremento de 12,3%) e a resolução dos dias parados; ou um piso de R$ 720, retroativo a maio até novembro e, após esse período, piso de R$ 755, compondo uma média, além da solução dos dias parados.
Na reunião, a Doux chegou a oferecer uma contraproposta de um piso de R$ 720, com a possibilidade de negociação do vale-transporte, prêmio-assiduidade e uniformes. Já a mesa de negociação do TRT-RS sugeriu um piso de R$ 720, retroativo a maio, com um auxílio cesta básica de R$ 35 a todos os trabalhadores, independentemente da assiduidade, inclusive no período de férias, além da compensação de 50% dos dias parados. Como não houve um consenso, a audiência foi suspensa. Procurada pela reportagem, a Doux se pronunciará somente no encerramento da reunião desta quarta, quando se espera um fechamento de um acordo.
Integrados
Para esta quarta também está prevista uma reunião com a empresa e a Comissão dos Integrados da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) sobre o descumprimento do último cronograma de pagamento aos fornecedores de aves e suínos e a busca de uma solução para o assunto.
O último acordo previa que a companhia efetuasse os pagamentos em duas etapas: a primeira até o dia 14 de julho e a segunda até o dia 20, o que não foi realizado. Os atrasos chegam a mais de 120 dias, segundo a Fetag e, caso não haja uma saída para o problema, a entidade ameaça organizar mobilizações, interrupção de alojamento de animais e até ingressos na Justiça para a cobrança dos débitos.