Se as mudanças forem aprovadas, cigarro só nas prateleiras das tabacarias. As embalagens vão ter mais advertências. Não poderão ser usadas palavras ou imagens consideradas positivas. E na produção de cigarros será proibida a utilização de aditivos que dão aroma e sabor.
– Esses aldeídos causam problemas respiratórios como bronquite e asma e são também produtos reconhecidamente cancerígenos. No futuro, o preço que essas pessoas vão pagar por usarem produtos flavorizantes vai ser muito alto. E quem paga é a sociedade toda – aponta o presidente da comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Alberto Araújo.
As novas regras ainda não tem prazo previsto para entrarem em vigor, mas o setor já calcula as perdas que elas podem gerar. Só no Rio Grande do Sul, principal produtor de tabaco do país, estima-se que os prejuízos imediatos ultrapassem os R$ 50 milhões.
Como alternativa, o governo do Estado sugere a diversificação de cultura. Mas os produtores argumentam que não conseguem sobreviver sem a renda do tabaco. A maioria trabalha em pequenas propriedades. A indústria de cigarros defende a manutenção das regras atuais, já consideradas rígidas.
Antes de decidir, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária promete analisar todas as sugestões.
– Porque os impostos que a indústria paga não valem uma vida que a gente perde em decorrência do consumo de tabaco. É como se esse imposto não existisse – aponta o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares.