Antes de começar o plantio da lavoura, Luis Angelo conta com o auxílio de um pulverizador para limpar o campo. A máquina de última geração custou caro: R$ 400 mil. Tamanho investimento levou o agricultor a procurar uma seguradora.
? Dependendo do dano numa barra de pulverização, o conserto pode chegar a R$ 40 mil. Então, é por isso que a gente opta pelo seguro, porque a gente fica com medo, receio, de acontecer algum sinistro ? afirma Angelo.
O restante do maquinário também está protegido. Todo ano, o produtor gasta R$ 22 mil em seguros. Um custo que pesa no bolso.
? Pesa muito, sendo que a gente não tem incentivo nenhum para o seguro dessas máquinas.
Renan Haun é gerente de uma seguradora que, há cinco anos, vende apólices para o setor rural. Os negócios vão tão bem no Centro-Sul que a empresa decidiu atuar no Norte e Nordeste. Em 2009, o faturamento com esse tipo de contrato chegou a R$ 43,5 milhões.
? Os nossos números mostram que, em geral, a produção agrícola cresce, aí cresce a demanda por seguro. Esse número gira em torno de 25% ao ano e esse número é de cinco anos pra cá ? explica Haun, gerente regional da Chubb do Brasil Cia de Seguros.
Estimulados por juros baixos da agricultura familiar, os pequenos produtores também estão comprando tratores. Para muitos, a apólice do seguro serve de garantia para o financiamento da máquina.
Se por um lado o mercado de seguros cresce no Brasil, por outro, a frota de tratores e colheitadeiras está envelhecendo. Boa parte dos médios e grandes produtores tem dívidas de investimento e, por isso, não consegue empréstimos para renovar o maquinário.
? Desde 2005, a venda de tratores e colheitadeiras está abaixo do que seria necessário para manter o parque de máquinas na mesma idade. A gente teria que vender, por ano, cerca de 40 mil tratores e de 5 mil a 5,5 mil colheitadeiras ? afirma Milton Rego, vice-presidente da Anfavea.
Apesar do cenário, a indústria calcula que fechará o ano com um recorde de mais de 60 mil máquinas vendidas.