Aprosoja Brasil acredita que a produtividade da safra da oleaginosa será muito parecida com o período 2013/2014, só que o gasto dos agricultores subiu
Fernanda Farias | Água Limpa (GO)
A expectativa para a safra 2014/2015 de soja gera preocupação nos agricultores, principalmente em relação aos preços do grão e ao custo de produção. Enquanto a tendência é de que a oleaginosa seja vendida a preços menores que os praticados na última safra, os gastos dos produtores aumentaram em até 30%. Esse é o tema de mais uma reportagem do Soja Brasil.
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Sem previsões oficiais, os sojicultores acreditam que a área plantada de soja deve crescer, no máximo, 5%. A próxima safra também deve ter uma produtividade semelhante a atual, de acordo com a estimativa da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil).
– Nós devemos chegar a 88, no máximo, 90 milhões de tonelada. Os produtores, especialmente do Sul, tiveram uma safra ruim, com queda de produtividade. O agricultor do Sul vai querer recompor o estoque este ano. Nós não temos uma expectativa de aumento de área e de produção no Brasil – diz Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja Brasil.
Algumas análises apontam que a região Centro-Oeste deve apresentar o maior incremento de área: 500 mil hectares devem ser deslocados do milho para a soja. Na fazenda do produtor rural Luiz Fiorese, serão 1900 hectares para o cultivo da oleaginosa. A produtividade esperada, se o clima ajudar, é de 65 a 70 sacas por hectare. Apesar do otimismo, a previsão de gastos não agrada. No Brasil, o aumento no custo de produção varia entre 20% e 30%.
– Todos os custos subiram: custo fixo, mão-de-obra, óleo diesel etc. Tudo subiu. No ano passado, nós gastamos R$1400 por hectare. Neste ano, o valor deve ficar em R$1700 – lamenta Fiorese.
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O que preocupa os produtores é a expectativa de preços mais baixos. Com a previsão de uma supersafra norte-americana, com mais de 100 milhões de toneladas de soja, e com uma excelente previsão para a América do Sul, com mais de 300 milhões de toneladas, a tendência é de que o grão brasileiro tenha o valor de mercado reduzido. Para minimizar esse impacto, o conselho do analista de mercado Luiz Fernando Roque é antecipar a comercialização.
– Nós vemos que o produtor deve antecipar essa safra. Ele não fez muito isso na safra anterior porque ele veio de dois ótimos períodos de preços. O sojicultor deve escalonar melhor as vendas, tem que antecipar um pouco mais. Vendendo antes, ele tem capital para segurar uma queda maior nos preços da soja – explica o consultor de Safras&Mercado.
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A Aprosoja Brasil tem uma opinião contrária, considerando que a produção será estável, mas terá aumento no consumo do grão, principalmente do nosso maior importador, a China.
– A China continua crescendo o consumo a 6% ao ano. Enquanto do lado da oferta, nós estamos recompondo nossos estoques. Eu não vejo essa perspectiva tão ruim para o produtor antecipar a sua comercialização – ressalta Rosa.
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