No Brasil a produção de escargots ainda é pequena. Mesmo sem dados oficiais, estima-se que seriam 20 toneladas por ano. Na França, esse número alcança 45 mil toneladas anuais. Estes produtores são pioneiros na criação comercial de escargots no Brasil. A produção é simples, desde o manejo até as instalações. O pequeno molusco não exige grandes cuidados, mas gosta de limpeza e de temperaturas entre 16 e 26 graus. Carlos Alberto Funcia tem mais de 30 anos de experiência no setor e conta que o investimento tem retorno garantido. Para ele, o escargot é uma boa opção de renda complementar.
Carlos e a esposa Celina Gutierrez montaram uma indústria, hoje a única do país. Já trabalham no sistema de integração com 80 produtores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Ao todo, produzem três toneladas de carne por mês. Eles adquirem os animais vivos e pagam R$ 25 pelo quilo. Após três dias de jejum, o escargot é lavado e depois cozido. O processo segue normas rigorosas de abate e de qualidade. A produtora explica que o escargot tem carne magra, de baixo teor calórico e é bastante consumida na Europa e no Oriente. Mas mesmo assim, o produto ainda é cercado de preconceitos e desinformação.
Os produtores comercializam a carne congelada para restaurantes, hotéis e buffets. As conchas são usadas para artesanato e também na indústria de ração como fonte de calcário. Quando não atingem o tamanho ideal para o abate, também são vendidos como iscas para pescaria. Um pacote de carne de escargot de um quilo custa, em média, R$ 200. Com demanda maior que a oferta, a expectativa dos criadores é reduzir a importação e aumentar o número de produtores para abastecer o mercado interno.