Levantamento feito pelo fórum mostra que a cada quilo de leite em pó importado, a indústria deixa de comprar 10 litros de leite dos produtores. Volpi disse que as importações brasileiras de lácteos são provenientes, na maioria, de países do Mercosul e abastecem principalmente a região Sul, mercado facilitado pela proximidade e pelos acordos tarifários.
? Um total de 87% das importações brasileiras são provenientes da Argentina e 56% do Uruguai ? disse à Agência Brasil.
De janeiro a novembro de 2010 o setor lácteo representou gastos para o país de mais de US$ 262,1 milhões. Essas importações têm aumentado. No ano de 2007 representavam gastos de US$ 152,7 milhões.
De acordo com o presidente do Conseleitei-PR, esse aumento pode ter acontecido devido às vantagens econômicas promovidas pelo sistema cambial, atualmente favorável às importações. Volpi explicou que para reverter essa situação, produtores, trabalhadores rurais e da indústria do leite dos três estados se reuniram no fim do mês de dezembro, em Curitiba, e elaboraram um documento que aponta soluções consideradas fundamentais para o setor.
? Estamos enviando cópias deste documento, na próxima semana, para autoridades do governo federal, bancadas da Câmara e do Senado e a toda a classe política nos âmbitos estaduais e municipais ? disse.
Para ele, é preciso levar em conta que o Brasil, nos últimos 20 anos, saiu da condição de um dos maiores importadores de leite para a autossuficiência do produto, podendo até atender ao mercado externo. A Produção da Pecuária Municipal 2009, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou alta em relação ao ano anterior, de 5,6% na produção de leite, com 29,112 bilhões de litros. Os principais produtores foram Minas Gerais (27,2%), o Rio Grande do Sul (11,7%) e o Paraná (11,5%).
No documento a ser enviado para as autoridades brasileiras estão reivindicações como a integração láctea Brasil/Argentina, Mercosul e União Europeia, que os programas sociais de distribuição de leite e seus derivados utilizem somente produtos com matéria-prima nacional e a criação de um Conselho Consultivo permanente.