– O diesel representa de 35% a 40% do custo de transporte. Quando se fala em safra, pode ser até um pouco superior a 40%, em função das condições operacionais das empresas. Há aquelas que atuam em locais de infraestrutura muito precária, o que acaba impondo um consumo e um custo maior – explica o presidente da Seção de Cargas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Flávio Benatti.
– Esse aumento de 5,4% vai elevar o preço em mais de 2% do preço do frete. Nas regiões mais próximas dos portos, o peso do diesel no custo do transporte gira em torno de 20%. O impacto é bem menor – pontua o ex-presidente do Conselho Federal de Economiam José Luiz Pagnussat.
Os reajustes ocorrem em pleno período de colheita da safra. O mercado estima que novos aumentos deverão ocorrer, já que no caso do diesel, a Petrobras procura alinhar o preço ao mercado internacional, diferente da gasolina, que tem os reajustes mais controlados.
– O governo fica controlando a inflação pela administração do preço da gasolina, o que é um equívoco, do ponto de vista econômico. Deveria haver uma preocupação maior em reduzir custo de produção, manter no caso o diesel a um preço bem menor do que a gasolina, de forma a tornar o setor produtivo competitivo – destaca Pagnussat.
A Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) reclama da situação das estradas, que faz com que o consumo de combustível aumente ainda mais.
– Dos 900 quilômetros de estrada que foram recuperadas neste ano, 600 já estão com problema. Eu presenciei isso na minha região. Simplesmente fizeram a recuperação de uma estrada e depois de um mês ela já estava toda esburacada. Que tipo de serviço é esse? – questiona o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira.