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Aumento de roubos no campo amedronta produtores gaúchos

Canal Rural foi procurado para fazer a denúncia da criminalidade no litoral norte do Rio Grande do SulNo Rio Grande do Sul, produtores rurais do litoral norte estão sofrendo as consequências da falta de estrutura das polícias. Nos últimos meses, as propriedades rurais estão sofrendo com frequentes ataques de ladrões, sem o respaldo da polícia. A denúncia foi feita ao Canal Rural, por produtores rurais.

O município de Santo Antônio da Patrulha tem apenas uma delegacia de polícia. O efetivo conta com apenas dois policiais e um delegado, que não quis gravar entrevista. Nos últimos seis meses, eles receberam cerca de três mil ocorrências, uma média de 500 por mês. Com muito trabalho e pouca estrutura é difícil conter a ação dos ladrões. A região cercada de propriedades rurais vem sofrendo as consequências.

Em uma das propriedades visitadas, três transformadores já foram roubados, eles são usados para irrigar as lavouras de soja e arroz. Além do valor dos equipamentos, o produtor precisa contabilizar o prejuízo que vai ter por estar com a irrigação parada

– Os transformadores são usados por um curto período, mas são de extrema necessidade para o desempenho da lavoura. O prejuízo de cada transformador é em torno de R$ 4 mil. E eles levam por R$ 250 de cobre – diz o produtor.

O produtor não quer ser identificado, porque tem medo de represálias. De 2007 até agora, já registrou dez ocorrências por roubo e furto, três delas foram esse ano. O prejuízo foi de R$ 36 mil, mas o pior, de acordo com ele, foi o sentimento de impotência diante do assalto.

– Foi no mês de junho, perto de 19h, fui abordado por três elementos encapuzados, fortemente armados. Entraram na residência, minha família ficou rendida, ali efetuaram roubo de jóias, automóvel… – conta.

Dirceu Moreira da Costa é outra vítima. O produtor cultiva soja e arroz, já teve o equipamento roubado e precisou gastar R$ 7 mil para comprar outro. Agora, está tendo o trabalho de retirar e colocar cada vez que vai usar, para evitar novos prejuízos.

– A gente chamou a polícia, ficaram de vir e não veio ninguém. Esses casos de roubo de transformador seria mais fácil punir os receptadores que compram, nesses ferros-velhos, esses são os mais errados. Pegar o ladrãozinho pequeno é complicado – pensa Costa.

Zuênio Tomasi teve dois tratores avaliados em R$ 170 mil roubados da propriedade, há três semanas. Além de um transformador e uma moto, que foram levados da propriedade há dois anos. Com um prejuízo em torno dos R$ 300 mil, o produtor conta que chegou a ter informações sobre o paradeiro da moto e dos tratores. Nas duas ocasiões chamou a polícia, mas não teve sucesso.

– Eu segui o rastro da moto, cheguei na frente da residência do cara que tinha me furtado e liguei para a polícia. Eu fiquei em frente à residência dele das 23h às 2h da manhã, esperando um apoio e a polícia não foi ao local, disse que não tinha efetivo, que tinha apenas uma viatura e que estava atendendo outra ocorrência – relata Tomasi.

A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul foi procurada pela nossa equipe e, de acordo com o órgão, não há como contabilizar o número de ocorrências em áreas rurais do Estado. O delegado diz que, nos últimos quatro anos, o efetivo policial foi ampliado com 4,8 mil novos policiais militares e 1,5 mil policiais civis, mas assume que está difícil manter o controle.

– Há uma migração dessa criminalidade urbana para a zona rural, são crimes são realizados na zona urbana, como roubos de veículos. A polícia civil está investigando, mas são situações diferenciadas, as ferramentas de prevenção são diferentes, por exemplo, câmeras de segurança comuns em áreas urbanas, não são tão comuns nas áreas rurais. Nós temos que nos adaptar e isso as policias estão fazendo – garante o delegado Carlos Santana.

Para tentar se defender de novos roubos, Tomasi está instalando câmeras de segurança por toda a propriedade, também contratou um caseiro, que mora ao lado do transformador, para evitar que o equipamento seja levado.

– A sensação é de que a gente paga imposto, produz riqueza pro país e nós não temos segurança. A União não nos oferece nada, sabe. Estamos largados nas mãos dos bandidos – protesta.

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