Aumento na taxa básica de juros desconsidera retração da produção, alega CNI

Presidente da entidade diz que alta da Selic não é melhor medida para conter inflaçãoO aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros "é inadequada e desconsidera a tendência atual de evolução dos preços e da atividade econômica", de acordo com avaliação do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

Ele afirmou que indicadores recentes “confirmam o desaquecimento da atividade (industrial), provocado por medidas de restrição ao crédito, pela valorização do câmbio e a elevação dos juros em janeiro”.

Em sua opinião, o aumento da Selic promovido nessa quarta, dia 2, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) não é o melhor caminho para o combate à inflação, pois a alta é resultado, segundo ele, da elevação dos preços dos alimentos e da commodities (produtos básicos com cotação mundial) no mercado internacional, que não são influenciados pela variação dos juros no país.

Andrade ressaltou ainda que a alta dos juros tem impacto negativo sobre os investimentos e a produção industrial, e enfatizou que o corte no Orçamento Geral da União (OGU), no valor de R$ 50 bilhões, “dá mais coerência às políticas monetária e fiscal, e permitiria um ritmo menos intenso na elevação dos juros”.