Presente no evento, o ministro Eumar Novacki destaca algumas medidas que trarão US$ 30 bilhões para a economia brasileira
Daniel Popov, de São Paulo
A Abertura Oficial do Plantio de Soja da safra 2016/2017 superou todas as expectativas e contou com a presença de autoridades, como o ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, e o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. O ministro, inclusive, pilotou uma das plantadeiras durante a semeadura inicial.
Durante seu pronunciamento, na abertura do evento, Novacki falou sobre a meta estipulada pelo governo de, nos próximos cinco anos, sair de uma participação de quase 7% no mercado internacional para mais de 10%. “Isto representa um incremento de aproximadamente US$ 30 bilhões na economia brasileira”, disse. “Por isso lançamos o programa Agro Mais, que visa a desburocratizar o Ministério da Agricultura.”
Já o secretário de Política Agrícola reiterou todos os planos para auxiliar os produtores do país, como liberar mais crédito para custeio e investimento, renegociar dívidas e aumentar os programas de seguro rural. “Também sou produtor rural e sei como é difícil plantar sem dinheiro”, contou Geller. “Estamos correndo com medidas que vão ajudar os produtores que estão com problemas por conta da quebra de safra do ano anterior.”
Diante de Geller e Novacki, o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Marcos da Rosa, cobrou velocidade no processo e redução de burocracias na ajuda oferecida aos agricultores endividados. “Muitos produtores ainda não conseguiram crédito para plantar, por causa do endividamento adquirido na última safra. A soja vem pagando a conta do país nos últimos anos e não podemos dar as costas para isso”, alerta Da Rosa.
Outra demanda levantada pelo setor, através do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, foi a redução das cargas tributárias e do aumento dos juros para toda a cadeia da agropecuária brasileira. “Todo ano nós colocamos nosso patrimônio em risco para continuar plantando. Mesmo endividados, não deixamos de plantar”, afirmou Prado. “A melhor política agrícola para o país é controlar esses quesitos.”
O chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, Austeclínio Lopes de Farias Neto, aproveitou para elogiar projetos como o Soja Brasil que promovem debates como estes, ligando diretamente os produtores, entidades e o governo. “Eventos desta magnitude são muito importantes para gerar estes debates e para o produtor perceber que não está sozinho”, disse.
Por fim, o diretor de conteúdo do Canal Rural, Júlio Cargnino, lembrou que o projeto é um esforço de toda a cadeia produtiva para trazer informações relevantes para o desenvolvimento da cultura no país. “Sem o apoio de todos, como tem acontecido, o projeto Soja Brasil não seria esta importante ferramenta de informação”, destacou. “Tenho certeza que estas palestras mudam a vida de muitos produtores, isso é o mais importante.”