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A medida irritou os produtores de trigo, principalmente os gaúchos, pois a ampliação da cota é um fator a mais de pressão baixista sobre os preços, no momento em que eles iniciam a colheita de uma safra de 2,7 milhões de toneladas do cereal. O indicador de preços do trigo calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) caiu de R$ 945 a tonelada no início do mês passado para os atuais R$ 860 a tonelada. Mesmo assim o preço está 35% acima do início de novembro do ano passado.
Produtores paranaenses e gaúchos manifestaram na semana passada suas insatisfações ao ministro da Agricultura, Antônio Andrade, que argumentou ter sido voto vencido na decisão tomada pela Camex. O ministro sinalizou com a possibilidade de uma nota técnica recomendando que as importações das 600 mil toneladas adicionais sem a TEC sejam autorizadas apenas para os moinhos da região Nordeste, a fim de evitar a concorrência do trigo norte-americano com a produção da região Sul, mas existem dúvidas quanto à constitucionalidade da medida.
Segundo um técnico do governo, a cota adicional de 600 mil toneladas que poderá ser desembarcada até o dia 30 deste mês refere-se em grande parte a lotes de trigo que estão aguardando nos portos ou estão em trânsito, vindas principalmente dos Estados Unidos. Os norte-americanos exportaram para o Brasil de janeiro a setembro deste ano 1,955 milhão de toneladas do cereal, volume 83 vezes superior às 23,4 mil toneladas de igual período do ano passado.
As compra do Canadá cresceram 139 vezes, de 987 toneladas para 137,3 mil toneladas. Já importações da Argentina, principal fornecedor do Brasil, caíram 36% neste ano para 2,522 milhões de toneladas, por causa da quebra de safra local e dos limites impostos pelo governo da presidente Cristina Kirchner à liberação de licenças de exportações, justamente por causa do receio quanto ao impacto na inflação.
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