A destruição se repete diariamente e com freqüência cada vez maior em Mato Grosso, líder absoluto em números de queimadas registradas este ano. Só no mês de agosto, o satélite de referência monitorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 6,411 focos de calor no Estado. O número é cinco vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Tempo quente e baixa umidade do ar. Está é uma combinação perfeita para o avanço das queimadas. A ameaça iminente da propagação do fogo em várias regiões acende um sinal de alerta para quem retira o sustento do campo. Os pecuaristas, que já enfrentam dificuldades provocadas pela estiagem, agora temem o avanço dos incêndios.
As conseqüências de tantas queimadas são facilmente percebidas em todas as regiões do Estado. O campo encoberto mostra que os reflexos do fogo chegam até áreas que ainda não foram atingidas. Em algumas rodovias a situação é a mesma. Na BR-163, próximo a entrada de Sorriso, a fumaça prejudica a visibilidade dos motoristas, colocando em risco quem passa constantemente por ali. Nas cidades o cenário não é diferente: em Cuiabá, uma névoa seca esconde o azul do céu.
A Situação que ajuda a comprometer ainda mais a umidade relativa do ar, que na terça, dia 24, chegou a 13% – índice bem abaixo do mínimo considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 60%. Sem encontrar soluções imediatas para o problema, a Defesa Civil alerta para os riscos de tantos incêndios e pede conscientização à sociedade.