? Nós estamos na dependência também de como vão ser as exportações brasileiras de carne bovina, porque isso acaba se refletindo também na produção de carne de frango ? disse o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes.
A expectativa, porém, é de crescimento da economia brasileira em 2010.
? Também é um ano de eleição. Então, vai ter mais dinheiro girando na economia. E a expectativa é de que, com isso, haja aumento do consumo de carne no mercado interno ? Segundo Mendes, a avaliação geral é de otimismo cauteloso.
O setor, que vinha crescendo no passado a um ritmo de 10% ao ano em função do aumento das exportações, deve rever seu planejamento para crescer, a partir de agora, em base mais real.
? A expectativa é de que continue crescendo e gerando mais empregos do que gerou em 2009 ? afirmou o presidente da UBA.
A avicultura nacional é responsável por cerca de 5 milhões de empregos diretos e indiretos.
? É um setor altamente empregador.
Ariel Mendes destacou duas características do setor – a mão de obra é especializada, com a grande maioria de empregos gerados em cidades do interior, especialmente na parte de abate, onde não existe outro tipo de indústria, e está baseada na pequena propriedade.
O presidente da UBA assegurou que um dos principais entraves que têm de ser solucionados em 2010 para garantir maior desenvolvimento à avicultura é a questão tributária.
? Nós temos uma questão de tributação de alimentos que é perversa. Nós não precisaríamos pagar tanto imposto sobre alimentos, no caso específico do frango, que é uma proteína de qualidade e fundamental para a saúde das pessoas.
A demanda do setor junto ao governo é de desoneração da carne de frango no que se refere ao PIS/Cofins, cuja carga é hoje de 9,75%.
Outra reivindicação se refere à questão cambial. Mendes insistiu que o dólar no patamar de R$ 1,70 ou R$ 1,80 acaba tirando a competitividade do país na exportação.
? As empresas que são mais focadas na exportação estão trabalhando no vermelho, com prejuízo.
Para ele, se essa questão não for resolvida, o setor exportador pode ficar inviável.