Azaleia fecha linha de produção no RS

Empresa já demitiu 188 funcionários apenas no mês de marçoA sala de espera do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, no Rio Grande do Sul, guardava um clima de pesar e expectativa, nessa quarta, dia 25, pela manhã, quando um grupo de 40 funcionários foi até a entidade assinar a rescisão de seus contratos com a Vulcabras/Azaleia. Na última semana, a indústria encerrou uma das 16 linhas de produção na fábrica da cidade e já demitiu 188 empregados neste mês.

O número de dispensados neste ano soma 299 funcionários de um universo de 3.742. Em razão das férias coletivas concedido ao grupo, entre os dias 20 de fevereiro e 11 de março, já havia a expectativa de que as dispensas pudessem estar a caminho. Os acúmulos das importações ao longo de 2008 e no início de 2009 e dos níveis de estoques influenciaram na decisão, segundo a empresa.

? As importações estão tomando conta do mercado interno a uma velocidade que não se imaginava ?, afirma Milton Cardoso, presidente da Vulcabras/Azaleia.

Entre as alternativas para driblar o quadro atual, Cardoso aponta a medida antidumping que poderá dar fôlego ao setor, que alega competir com fábrica chinesas exportando por preços inferiores ao custo de produção, desequilibrando o mercado. Presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, João Pires avalia que a onda de demissões ocorre apenas na empresa, e ainda não é geral.

? No Estado, no momento, a situação do setor é normal. A situação é particular da Azaleia. O que existe é a apreensão de que há uma ameaça de demissões generalizadas no setor. Concretamente, porém, não há números relevantes na região onde a empresa atua ? ressalta Pires.

A preocupação chegou a motivar uma reunião da Câmara de Vereadores do Município, na última terça-feira, com lideranças do sindicato, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e um representante da empresa.