A 1.900 M DE ALTITUDE

Azeite mineiro que ganhou prêmio na Espanha sai do olival mais alto do Brasil

Altitude e cuidados dos produtores são diferenciais para o desenvolvimento da produção em áreas do estado

Azeite
Foto: Anna Photo Stories/Motion Array

O azeite Mantikir Summit Premium, produzido em Maria da Fé (MG), conquistou, entre outros prêmios internacionais, o primeiro lugar na categoria “Produção Limitada”, até 2.500 litros, no Evooleum 2024, na Espanha.

O guia dos 100 melhores azeites do mundo é organizado pela editora espanhola Mercacei e pela Associação Espanhola de Municípios Olivais (Aemo).

A edição limitada deriva de azeitonas colhidas no olival mais alto do Brasil (a 1.900 metros de altitude). “O Summit Premium é nosso ‘Especial no Topo’, um blend de azeitonas arbequina, coratina, grappolo 541 e koroneiki, que tem conquistado pela complexidade de sabores”, afirma Herbert Sales, proprietário da Fazenda Tuiuva, em Maria em Fé. A

Ele conta que também faturou premiações em concursos em Portugal, na Grécia e na Itália, também com azeites varietais e outros blends. “É o terroir de Maria da Fé, dos produtos de Minas Gerais, trazendo prêmios de outros continentes para o Brasil”, diz Sales.

O produtor iniciou a atividade em 2015, plantando as primeiras oliveiras em Santo Antônio do Pinhal (SP). “Em 2019, chegamos a Maria da Fé, nesta propriedade que tem uma altitude variando entre 1.700 m e 1.900 m. No ano passado, conseguimos um azeite de alta qualidade. Neste ano, tivemos uma produção três vezes maior que em 2023, e produzimos este lote especial de altitude”, diz .

Azeites de Minas Gerais

O produto obtido por Herbert Sales não é o único azeite produzido em Minas Gerais a ter sua qualidade reconhecida no Brasil e no exterior. Segundo o governo do estado, os azeites mineiros têm acumulado medalhas e menções em premiações realizadas em regiões produtoras tradicionais, como Espanha, Grécia, Portugal e Itália.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), responsável pela primeira extração de azeite extravirgem no Brasil, acompanha essa evolução na cadeia produtiva e busca atender às novas demandas dos olivicultores.

“Estamos aprendendo com a cultura a cada ano, desenvolvendo técnicas de manejo, estudando o controle de pragas e doenças, a indicação de cultivares e o aumento na produtividade. Também evoluímos na agroindústria e nos serviços de processamento e análises da curva de maturação, para a indicação do ponto de colheita da azeitona e da qualidade dos azeites”, afirma o pesquisador Pedro Moura.

Sobre as premiações que colocam os azeites nacionais entre os melhores do mundo, o pesquisador destaca as características das regiões e os cuidados dos produtores como diferenciais. “Na região da Serra da Mantiqueira, a altitude oferece à planta as horas de frio necessárias, proporcionando um bom desenvolvimento e a produção de um azeite de qualidade. Outro fator é o processo produtivo empregado, o manejo e o cuidado que o produtor tem com as plantas”.

Moura afirma que os prêmios conquistados indicam que a pesquisa está no caminho certo. “Ficamos satisfeitos com o sucesso dos azeites do município e da região, porque isso é um reconhecimento do trabalho realizado. Quando um azeite é premiado, podemos identificar o sucesso da pesquisa nas recomendações de plantio, na escolha das cultivares, no manejo. Ainda temos muitos desafios, mas há muito a se comemorar”.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo


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