A balança comercial registrou em setembro um superávit de US$ 3,803 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, dia 3, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). As exportações alcançaram US$ 15,79 bilhões e as importações, US$ 11,987 bilhões.
O resultado ficou dentro das projeções do mercado, segundo pesquisa Projeções Broadcast com 17 instituições, mas pouco abaixo da mediana. As previsões apontavam para um saldo positivo em setembro entre US$ 3,6 bilhões e US$ 4,2 bilhões, com mediana de US$ 3,9 bilhões.
O resultado mensal foi o melhor para meses de setembro desde 2006, quando a balança comercial brasileira registrou um resultado superavitário de US$ 4,467 bilhões.
Na quinta semana do mês (26 a 30), o saldo comercial ficou positivo em US$ 748 milhões, com vendas externas de US$ 3,26 bilhões e importações de US$ 2,512 bilhões.
No acumulado de janeiro a setembro de 2016, o superávit comercial atingiu US$ 36,175 bilhões, o melhor resultado para o período da história. As exportações somaram US$ 139,361 bilhões no período e as importações totalizaram US$ 103,186 bilhões. A série histórica do MDIC tem início em 1989.
Milho
Os embarques de milho ao exterior recuaram 15,7% no mês de setembro em relação a igual mês de 2015. De acordo com o MDIC, foram exportados 2,913 milhões de toneladas no mês passado, ante 3,455 milhões de toneladas em setembro de 2015.
Na comparação com agosto, quando foram embarcados 2,564 milhões de toneladas, as exportações aumentaram 13,6%. A receita cambial em setembro totalizou US$ 491,3 milhões, queda de 15,3% na comparação anual, mas alta de 13,8% em relação a agosto.
No acumulado do ano, as vendas externas do cereal também aumentaram ante igual período do ano passado. De janeiro a setembro foram exportados 18,794 milhões de toneladas de milho, volume 52,4% superior aos 8,873 milhões de toneladas embarcadas nos primeiros nove meses de 2015.
O preço médio do milho embarcado ao exterior, considerando-se 21 dias úteis de setembro, foi de US$ 168,60 por tonelada, 0,4% superior ante igual mês de 2015 e em linha com o verificado em agosto. O recorde no ano foi registrado em junho, US$ 228,20 por tonelada.
Algodão
As exportações brasileiras de algodão caíram 0,3% em volume em setembro ante igual mês de 2015. Foram embarcadas 104 mil toneladas, ante 104,3 mil toneladas em setembro do ano passado, segundo o MDIC. Na comparação com agosto, quando os embarques totalizaram 56,2 mil toneladas, o incremento foi de 85,1%.
A receita com as vendas externas da pluma somou US$ 160,2 milhões, queda de 3,6% ante setembro do ano passado (US$ 166,1 milhões), mas aumento de 88,7% em relação ao apurado em agosto (US$ 84,9 milhões).
O aumento do volume embarcado reflete o cumprimento de contratos de exportação no país. Com o fim da colheita e do beneficiamento da safra 2015/2016, produtores estão terminando de entregar algodão para as tradings, que enviam a fibra para o exterior.
O preço médio da tonelada de algodão exportada no mês passado foi de US$ 1.540,4, ante US$ 1.511,7 em agosto e US$ 1.593,5 em setembro do ano passado.
No acumulado de janeiro a setembro, foram exportadas 528,20 mil toneladas de algodão, um volume 26,54% superior às 417,4 mil toneladas embarcadas nos nove primeiros meses do ano passado. Já a receita acumulada com as vendas externas da pluma no intervalo de janeiro a setembro de 2016 foi de US$ 783,50 milhões, valor 20,89% superior aos US$ 648,1 milhões faturados em igual período de 2015.