A baleia de seis metros e sem cabeça era um adulto, que poderia chegar a 12 metros.
? A cabeça equivale a um terço do corpo. Como também é a parte mais pesada, é provável que tenha se desprendido por causa da decomposição. Pelo corte, ela também pode ter sido atingida por alguma embarcação ? observou o presidente do Instituto Baleia Franca, Enrique Litman.
Para o enterro da baleia, uma retroescavadeira da prefeitura saiu das obras da Beira-Mar Continental para cavar o buraco de mais de dois metros de profundidade na areia da Praia Mole. O local escolhido foi uma área próxima à restinga, onde a água não poderá desenterrá-la.
? O ideal seria transportá-la para a Praia do Moçambique, mas não temos como levá-la porque o animal está todo desintegrado. Aqui é o melhor lugar por estar próximo à restinga e longe da rebentação do mar ? explicou o diretor-superintendente da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), José Carlos Ferreira Rauen.
A escolha do local, porém, não teve unanimidade. O buraco foi escavado no acesso à única casa das proximidades. Maria Odete Quartin, 81 anos, mora na residência há mais de 30 anos e reclamou do novo e indesejado vizinho.
? Por que ela tem que ser colocada em frente à minha casa? Depois de enterrada, vai ter cheiro ? reclamou.
Rauen respondeu que a Floram era o órgão competente para decidir o local do enterro.
? Temos conhecimento técnico e base legal. É um direito dela reclamar, mas sua casa também está em local irregular ? justificou, referindo-se à Área de Proteção Ambiental (APA) em que a residência está construída.
Outro animal foi enterrado no Campeche
No dia 17 de setembro, outra baleia foi encontrada morta em Florianópolis. Um filhote de franca de seis metros de comprimento e cerca de duas toneladas apareceu na Praia do Campeche, Sul da Ilha, e foi enterrado no mesmo dia.
Os moradores da praia reclamaram do animal ter sido deixado no local, pois ele ficou a 40 metros de algumas residências e o cheiro exalado pelo animal incomodou.