O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que a nova administração da instituição não tem a intenção de reduzir o volume de financiamentos rurais para seguir o entendimento do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que é preciso “desestatizar” o crédito.
“O ministro Guedes não fala do Banco do Brasil quando fala em desestatizar o crédito. Quando ele fala em aumentar a competição, isso passa pelo aumento do número de competidores e não pela redução do papel do BB”, afirmou, após cerimônia de transmissão de cargo na sede do banco.
Novaes avaliou que há um entendimento tanto do Banco Central como do Ministério da Economia de que seriam necessários menos subsídios nos juros do crédito rural e mais apoio ao seguro agrícola. “Essa posição talvez venha para o BB como uma diretriz de governo, mas ainda não participei de nenhuma discussão nesse sentido”, disse.
- Contratação de crédito rural cresce 19% e alcança R$ 75 bilhões
- Produtores de Mato Grosso buscam mais crédito rural
Questionado sobre os altos juros cobrados no mercado de crédito e se a sua gestão no BB buscará a redução dos spreads – diferença entre o que um banco paga na captação de recursos e o que cobra ao conceder empréstimo –, Novaes respondeu que essa é uma questão macroeconômica que não cabe ao banco resolver.
“Isso passa primeiro pelo alto endividamento do Estado e pelas perspectivas futuras sobre as contas públicas. A competitividade bancária é um segundo ponto”, alegou. “Esse governo está trabalhando para melhorar as contas públicas. Com isso poderemos ter juros compatíveis com as taxas internacionais”, afirmou.