A alta de 0,75 ponto percentual era uma aposta majoritária no mercado financeiro. Em abril, o BC já havia elevado a Selic de 8,75% para 9,50%, dando início a um novo ciclo de alta dos juros, o primeiro desde 2008. Apesar do aprofundamento da crise internacional registrado desde a última reunião do Copom, pesaram na decisão do BC os dados relativos à inflação e ao forte crescimento da economia no início de 2010.
? Aumentar os juros é muito simplista, precisamos de mais infraestrutura, governo mais enxuto, spreads menores e estrutura tributária que nos torne mais competitivos ? reagiu o presidente da Federação das Indústrias do Estado, Paulo Tigre.
Com uma alta mais branda de alimentos, a inflação chegou a ceder em maio e teve o menor avanço no ano ? 0,43%. Mas ainda não há sinais de que o desaquecimento da economia no segundo trimestre já tenha se traduzido em preços mais baixos, indicam os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado ontem. Em abril, o índice do IBGE havia sido de 0,57%.
A desaceleração foi pontual, avaliam analistas, e se deveu quase que exclusivamente à menor pressão dos alimentos ? que subiram 0,28%, ante 1,45% em abril. No acumulado do ano, o índice subiu 3,09%. Em 12 meses, ficou em 5,22% ? acima do centro da meta de inflação em 2010, de 4,5%. E desde o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o carro novo aumetou, em média, 1,8%.
Os integrantes do Copom voltam a se reunir em 20 e 21 de julho, para quando é esperada nova alta de 0,75 ponto, de acordo com as apostas da maioria dos economistas.