Meirelles esclareceu que a operação, na prática, funcionará como um empréstimo e não consumirá as reservas internacionais brasileiras, atualmente em US$ 207 bilhões. Isso porque os dólares das reservas serão devolvidos posteriormente.
? Esse é um uso inteligente das nossas reservas ? afirmou.
O presidente do BC não forneceu detalhes sobre as linhas de crédito, como o prazo dos contratos e o volume de moeda norte-americana a ser ofertado. No entanto, Meirelles ressaltou que a instituição tem US$ 23 bilhões disponíveis para atuar no mercado futuro.
A sistemática é a mesma dos US$ 2,5 bilhões leiloados pelo Banco Central desde o agravamento da crise internacional. Nas últimas duas semanas, o BC vendeu US$ 1 bilhão, com a recompra futura contratada.
Ao jogar dólares no mercado, o BC fica com a contrapartida depositada em reais, mas recebe de volta a moeda norte-americana numa etapa seguinte.
? Na realidade, o que ocorre é uma troca de ativos, que permite manter o patamar de reservas e irrigar o sistema de comércio exterior ? explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
No leilão de US$ 1,5 bilhão de swap cambial, realizado nesta segunda pela primeira vez desde maio de 2006, o processo foi semelhante. Na operação, que funciona como uma venda de dólares no mercado futuro e pressiona para baixo a cotação da moeda norte-americana, o Banco Central aposta na alta do dólar e os investidores, na alta dos juros.
No vencimento do contrato, as duas partes trocam de rendimentos e, na prática, o BC assume o prejuízo da subida do dólar. Como a operação é feita com recursos do próprio Banco Central, sem interferir no volume das reservas internacionais.
Meirelles assegurou ainda que o BC está preparado para tomar medidas adicionais.
? Temos mais de US$ 200 bilhões em reservas internacionais, mais de US$ 20 bilhões no mercado futuro, além de R$ 200 bilhões em depósitos compulsórios ? ressaltou.
Na avaliação do presidente do Banco Central, esses recursos só foram possíveis por causa da atuação da instituição no mercado futuro.
? Essas operações foram muitos criticadas em alguns momentos, mas são importantes quando o país precisa de recursos, como agora ? ressaltou.