A taxa de 10,25% ao ano é o menor nível já estabelecido pelo Copom desde dezembro de 1997. A redução foi terceira realizada neste ano. O BC manteve os juros em 13,75% de setembro de 2008 a janeiro passado, à espera de uma definição do cenário econômico afetado pela crise mundial. Na próxima semana, o Banco Central divulga a ata da reunião para explicar os motivos que levaram à decisão.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lamentou o menor ritmo de queda da taxa básica. Os juros caíram 1,5 ponto percentual na reunião anterior do Copom, em 11 de março último, e agora baixaram um ponto apenas.
? A decisão de reduzir o ritmo de queda da Selic é inconsistente com as condições da economia brasileira. É fundamental que sejam reduzidos os efeitos da crise sobre a sociedade, principalmente através da redução do custo do crédito ? diz a nota da Firjan.
A Força Sindical afirmou que o Copom poderia ter sido mais ousado. “Um pouco mais de ousadia traria enormes benefícios para o setor produtivo, que gera emprego e renda e anseia há tempos pelo crescimento expressivo da economia”, diz nota da entidade.
Para o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto, a decisão ficou aquém das expectativas.
? O atual ciclo recessivo da economia exige um corte mais substancial da Selic, mesmo porque a taxa de inflação no acumulado em 12 meses se encontra em trajetória cadente.
Segundo a CNI, a queda de um ponto percentual atrasa o processo de recuperação da atividade econômica, pois os indicadores mostram que a crise financeira internacional ainda está longe de uma solução.
O economista Fabio Silveira, sócio-diretor da RC Consultoria, disse que o Banco Central faz uma leitura incorreta dos indicadores econômicos.
? Eles estão mais preocupados com os juros do que com a recessão que poderá vir. Com este percentual, o Brasil poderá entrar numa recessão sem necessidade ? pontuou.