Desde a última intervenção desse tipo, em 5 de maio de 2009, o BC vinha comprando dólares apenas no mercado à vista, que movimenta o equivalente a 20% do que é negociado no mercado futuro, responsável pela maior parte das transações.
O anúncio foi feito depois de comunicada a aprovação do Conselho Monetário Nacional (CMN) de um voto que autoriza o BC a fazer operações de swap cambial reverso. Concebidos para proteger de riscos, esses contratos envolvem troca (swap) de variações de indicadores financeiros. Em data determinada, a parte que tiver ganho recebe o valor correspondente. O BC oferece juros e recebe a variação do câmbio. Se o dólar cai, o investidor ganha tanto com o juro quanto com a variação da moeda.
A operação equivale a uma compra de dólares no mercado futuro. Assegurando esse ganho, o BC quer desestimular apostas em alta maior do real. O BC anunciou ter verificado demanda para esse tipo de contrato em pesquisa com bancos. A aprovação do CMN foi um pedido do BC para dar segurança às operações, já que o Tribunal de Contas da União (TCU) havia contestado a atuação.
Limite para especulação à vista causou migração
Na semana passada, o BC limitou a especulação dos bancos no mercado à vista. Com isso, muitas instituições migraram para o mercado futuro com o mesmo objetivo, o que levou o governo a decidir intervir no futuro. Antes do anúncio da nova medida, o câmbio havia fechado com recuo de 0,47%, para R$ 1,669.
? Não vejo muita efetividade na medida. O dólar derrete no mundo, não só no Brasil. O que o BC pode fazer a não ser lançar US$ 1 bilhão todo dia de swap reverso? ? indagou André Nunes, presidente do grupo Fitta, especializado em câmbio.