O Banco Mundial divulgou, nesta quarta-feira, 6, que a economia brasileira deve crescer 5,3% em 2021. Uma estimativa mais otimista que os 4,5% de incremento que a instituição projetava para o país em junho deste ano.
“A economia brasileira melhorou muito e, provavelmente, [o crescimento] chegará a 5,3% este ano”, declarou o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe William Maloney, que também lembrou que, em 2020, a atividade econômica no Brasil recuou 4,1%.
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“É importante enfatizar que a região, de modo geral, e incluindo o Brasil, já não tinha um bom desempenho antes da crise”, acrescentou o economista-chefe ao destacar que incertezas políticas são capazes de afetar os investimentos e, consequentemente, o crescimento econômico de qualquer nação.
Apesar da melhora em relação aos últimos meses, a perspectiva de crescimento da economia brasileira ficou aquém da projeção para o conjunto dos países latino-americanos e caribenhos, que o Banco Mundial estima que devem crescer, em média, 6,3% este ano – graças, principalmente, à aceleração da vacinação contra o novo coronavírus e à queda das mortes por Covid-19.
Já em 2022 e em 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve avançar, respectivamente, 1,7% e 2,5% – percentuais também menores que as expectativas para toda a América Latina e Caribe, que a instituição estima que crescerá 2,8%, em 2022, e 2,6%, em 2023.
“Precisamos nos concentrar nos problemas estruturais de longo prazo. Além de reduzir as incertezas no curto prazo”, propôs Maloney ao detalhar o relatório semestral em que o Banco Mundial apresenta um panorama econômico de toda a região, com ênfase nas perspectivas pós-pandemia.
“A boa notícia é que, com o ritmo mais acelerado de vacinação e a redução do número de mortes pela Covid-19, a região está pouco a pouco saindo da crise e voltando a crescer. Apesar disto, e mesmo com alguns setores emergentes, a recuperação ainda é mais fraca do que esperávamos. A projeção de crescimento regional de 6,3% é insuficiente para reverter a queda de 6,7% de 2020, reativar as economias e reduzir a pobreza. Há países crescendo mais, outros menos, mas, na média, ainda não estamos recuperando o que foi perdido”, comentou Maloney.
No relatório, o Banco Mundial afirma que, considerando a média regional, os índices de pobreza (medidos com base em uma renda domiciliar per capita de até US$ 5,50 por dia) aumentaram de 24% para 26,7% em toda a América Latina e Caribe. O que representa “o patamar mais alto em décadas”. Em parte devido aos “devastadores” custos sociais da pandemia.
“Os estudantes da região perderam de um a um ano e meio de aprendizado, e a queda no Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] da ONU superou aquela verificada durante a crise financeira [global, de 2008]. Uma boa notícia é que a campanha de vacinação vem ganhando força nos últimos seis meses e, embora ainda esteja longe dos índices almejados, já tem gerado uma redução nas mortes por Covid-19 na maioria dos países”, enfatiza o relatório.
Para o Banco Mundial, além de vacinar a população para evitar o surgimento de variantes do novo coronavírus, o mundo deve conter a pressão inflacionária global e os elevados níveis de dívida do setor privado; dirimir eventuais incertezas a respeito da solidez do setor bancário e atentar para o crescente déficit orçamentário e para o aumento da dívida pública em função dos investimentos que os governos tiveram que assumir para proteger famílias e empresas durante a pandemia.