O acordo conclui um caso de quatro anos, que sucedeu a revelação de que traços de dois tipos de arroz geneticamente modificados entraram nos canais de oferta dos Estados Unidos sem autorização dos reguladores federais. A descoberta levou uma série importadores a proibir a entrada de arroz norte-americano ou a exigir testes rigorosos antes de autorizar sua distribuição. Isso derrubou os preços da commodity no país.
Naquele momento, o arroz pertencia à química Aventis e foi desenvolvido para resistir ao seu próprio herbicida. A Bayer comprou partes da Aventis em outubro de 2001, incluindo traços de arroz, e os tornou parte da subsidiária Bayer CropScience. A Bayer foi responsabilizada pela contaminação e por demorar pelo menos dois meses para notificar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mesmo depois de ter conhecimento do problema. O USDA anunciou a situação em agosto de 2006, segundo os advogados dos produtores.
Segundo o advogado Adam Levitt, os produtores continuam sentindo o impacto do problema até hoje. Ele afirmou que a indústria ainda “encontra dificuldades para retomar sua primazia” no mercado internacional e que o processo na Justiça tinha como objetivo fazer a Bayer assumir a responsabilidade sobre os danos causados aos produtores.
? Essa solução excelente ocorre após um longo caminho para alcançar a meta ? acrescentou Levitt.
Cerca de 11 mil produtores em cinco Estados dividirão os US$ 750 milhões, no Arkansas, em Louisiana, no Mississippi, no Missouri e no Texas. Agricultores que plantaram arroz em cada um dos cinco anos de 2006 a 2010 poderão receber US$ 310 por acre, de acordo com os advogados. Os que plantaram um tipo específico de arroz contaminado em 2006 receberão mais US$ 100 por acre (um acre = 0,40 hectare).