O mercado de bioinsumos, que inclui produtos de controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores, cresceu 15% na safra 2023/2024, em comparação com a safra anterior. Os produtos biológicos agrícolas registraram vendas de R$ 5 bilhões, considerando o preço final para o agricultor. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (25), em coletiva de imprensa realizada pela CropLife Brasil (CLB), associação que representa o setor, em São Paulo (SP).
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O diretor-presidente da entidade, Eduardo Leão, destacou o aumento expressivo do mercado, com a manutenção da taxa média anual de crescimento quatro vezes maior em relação à global.
“O último ano foi desafiador para a indústria de insumos agrícolas como um todo. Apesar disso, o segmento de bioinsumos agrícolas manteve o ritmo de crescimento, motivado pela relação custo-benefício do produto e pela sinergia de adoção com outras tecnologias agrícolas. Isso motivou o aumento dos investimentos em inovação e a ampliação do portfólio de novos produtos”, disse Leão.
A análise de mercado foi realizada pela Blink Inteligência Aplicada. Participaram ainda da coletiva, o diretor-executivo e de Sustentabilidade, Arthur Gomes; o COO do PwC Agtech Innovation, Dirceu Ferreira Júnior; e os gerentes administrativo e financeiro, Renato Gomides, e de comunicação, Renata Meliga, ambos da CLB.
Mercado global de bioinsumos
O mercado global de bioinsumos agrícolas em 2023 foi avaliado entre US$ 13 bilhões e 15 bilhões, incluindo todos os segmentos: controle, inoculantes, bioestimulantes e solubilizadores.
A estimativa é que a taxa anual de crescimento global até 2032 seja entre 13% e 14%, o que corresponde a US$ 45 bilhões, valor três vezes maior que o atual.
O segmento mais representativo entre os bioinsumos são os produtos de controle biológico, estimados em 57% do valor acima. A previsão é que eles devem continuar como representantes da maior fatia desse mercado.
A projeção de crescimento é apoiada pela expectativa de EUA e Europa aumentarem a taxa de adoção de bioinsumos na produção de grandes culturas, a exemplo do Brasil, que tem uma das maiores taxas do mundo.
Mercado brasileiro
De acordo com a Croplife, nos últimos três anos, o mercado de bioinsumos agrícolas cresceu a uma taxa média anual de 21%, percentual quatro vezes acima da média global.
A área tratada no Brasil com proteção de cultivos (químicos ou biológicos) cresceu 15% em relação à safra 2021/2022. Nessa mesma área, a adoção de bioinsumos agrícolas cresceu acima de 35%, uma participação total na safra 2022/2023 de 12%, diz a entidade.
Entre os principais cultivos, do total de uso de bioinsumos no Brasil 55% são destinados a soja; 27%, a milho; 12%, a cana-de-açúcar; e 6% a algodão, café, citrus e hortifruti (HF).
Mato Grosso foi o estado de maior uso de produtos biológicos agrícolas, com 33,4% do valor total. Em seguida, Goiás/Distrito Federal, com 13%; São Paulo, com 9%; Paraná, com 7,9%; e Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ambos com 7,8%, entre os principais estados.