O produtor rural Vilson Stefanoski ocupa cinco hectares de terra em Cerro Grande do Sul, a 117 quilômetros de Porto Alegre. A propriedade, que se destaca pela preocupação com o meio ambiente, começou a usar a mineralização há dez anos.
? Esse material mudou a história da propriedade. Em 2001, a gente praticamente estava parando, porque estava intoxicando o solo devido ao mau uso da serragem ? diz Stefanoski.
O uso das rochas moídas é uma prática milenar na agricultura. Com o avanço das pesquisas, a mistura feita com elas se tornou uma combinação poderosa, que faz a diferença. Vilson ainda usa a serragem de eucalipto, mas com a adição de pó de rocha e a ação de fungos do próprio ambiente, este virou o principal produto usado para a adubação. O solo foi analisado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
? Pelo que eles nos explicaram, um solo considerado bom para a agronomia é de 75% de saturação base. Saturação base é composta por minerais, o que contém no solo. E eu aqui tive solos com 80% de saturação base. Então, é um solo que vamos dizer, eu colho oito safras por ano nas estufas aqui e mesmo assim há um solo de 80% de saturação base. Eu colho e ele está ótimo ? comenta Stefanoski.
Nelson Diehl é proprietário de uma empresa que desde 2005 produz insumos agrícolas com base na biomineralização. Segundo ele, mais de 800 produtores gaúchos estão utilizando este tipo de fertilizante.
? Uma agricultura precisa de cuidados fundamentais. O primeiro é o meio ambiente, que não pode ter impacto negativo excessivo. Também a agricultura e as técnicas têm que ter um retorno econômico que é necessário para que nós tenhamos profissionais dedicados e atentos e o consumidor também não pode ser prejudicado. E como o consumidor não pode ser prejudicado? É que os alimentos tenham qualidade nutricional, sejam bonitos, sejam saudáveis, sejam duráveis e que ele tenha tranquilidade de saber que este alimento está alimentando, o que hoje nem sempre é possível em virtude das diferentes técnicas nocivas que estão sendo utilizadas ? afirma Stefanoski.
A produção de Vilson se destaca nas feiras. Ele tem mercado garantido para tudo o que colhe. Outra grande vantagem foi a economia. No ano passado, os negócios movimentaram R$ 120 mil na propriedade, e os custos de produção foram de apenas R$ 19 mil, um cenário bem diferente do que ele enfrentava em 2001.
? Se naquele ano a gente tava mal, hoje a gente pode se dizer que está bem ? conclui Vilson Stefanoski.