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Blairo Maggi afirma que ainda luta pela redução de juros do Plano Safra

Desafio, segundo ministro da Agricultura, é encontrar espaço no orçamento do governo federal para garantir subsídios mais atrativos

Fonte: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta quinta-feira, dia 27, que está trabalhando por juros menores no Plano Safra 2017/2018. Mas não quis adiantar o patamar que está sendo negociado dentro do governo. O desafio, segundo ele, é encontrar espaço no orçamento para garantir subsídios mais atrativos. O ministro ainda falou sobre a importação de café conilon e a repercussão da operação Carne Fraca nas exportações. Confira as declarações de Maggi.

Plano Safra

Nós estamos discutindo (com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles) sim o Plano Safra. Não seria diferente. O que eu não quero antecipar são os juros. Eu trabalho por juros mais baratos, mas estou dentro de um governo e precisamos buscar espaços orçamentários e fiscais para poder fazer as coisas andarem. Uma coisa é certa: os juros praticados nos últimos anos foram juros negativos para o setor agrícola, que, no ano passado, já pagou um juro positivo de 3%. A continuarem os patamares que estão aí, os produtores brasileiros pagariam juros pela inflação prevista em torno de 5% positivos. O que é um juro extremamente pesado, caro, fora do contexto mundial para uma atividade a céu aberto em que nós estamos. Estamos discutindo isso dentro do governo. Não posso adiantar muito, mas as discussões vão nessa direção.

Importação de conilon

A minha posição é bastante conhecida. Se vai haver importar agora, vai depender muito da indústria. Parece que os preços já se alinharam, não haveria qualquer necessidade disso. Mas eu acho que essa é uma discussão que deverá continuar sendo feita porque o futuro vai trazer outras surpresas para nós também. Esse é um posicionamento meu, ele não mudou. Se não há necessidade neste momento, não se discute mais.

Carne Fraca

Hoje nós temos entre oito e dez países que têm alguma restrição à carne brasileira. Os demais aceitaram todas as nossas explicações. Aliás, todos os países que são compradores do Brasil também são fiscalizadores. Ninguém leva um contêiner, uma contrapartida de carne brasileira, sem que haja uma fiscalização do outro lado. O que aconteceu, como eu disse desde o início, foi uma forma errada de explicar uma operação que está correta, não estou discutindo ela, e que criou vários problemas. Ao longo do tempo, a gente foi explicando isso e agora necessita novamente de um trabalho de governo, de um trabalho novamente, por parte das empresas e dos produtores, para reconquistar o mercado internacional.

Viagens

Eu tive que encurtar um pouco minha viagem em função das reformas que estão sendo feitas aqui. Eu vou no dia 13 (de maio) à Arábia Saudita, fico no Oriente Médio e depois em junho volto ao Oriente, à China. Este é um momento de conversarmos novamente com governos e mercados, reatar a nossa confiança, demonstrar toda nossa transparência e a seriedade deste negócio. Passamos um momento muito difícil. Confesso para vocês que fiquei muitíssimo preocupado com o desenrolar de tudo isso, porque a saída definitiva de um grande comprador poderia significar a ida de outros atrás. E, uma vez fechados esses mercados, nós gastaríamos muito para reabri-los.

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