? Praticamente todos os investimentos feitos pelo setor de energia ainda dependem de recursos públicos, e é natural que financiamentos estejam vinculados a comportamentos. Dessa forma, é interessante que o padrão de consumo e de produção de energia dialogue mais com o BNDES e que esse órgão tenha papel de indutor da sustentabilidade ? afirmou o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Gesmar Rosa Santos.
Segundo ele, apesar de já haver algumas políticas combinadas de gestão e de oferta de energia sustentável, falta ainda “coordenação entre o BNDES e os ministérios ligados à oferta de energia para que isso venha com força maior”.
De acordo com os técnicos do Ipea, investimentos em geração e transmissão de energia sustentável podem ajudar o país em futuras relações comerciais com outros países.
? Há uma tendência de que os países ricos futuramente condicionem suas importações a produtos cujas etapas de fabricação causem menos impactos ambientais. É importante que a energia não fique em uma posição polarizada com o meio ambiente e com a questão da sustentabilidade, e ter essa visão representa oportunidade de alavancar o país ? disse o pesquisador Albino Alvarez, também do Ipea.
O estudo mostra ainda que o Brasil encontra-se numa posição muito atrasada, em relação a outros países, no que se refere à geração de energia eólica.
? Até um tempo atrás, esse tipo de energia estava fora de pauta. Hoje é objeto de corrida internacional, e o Brasil está ainda bastante atrasado ? avaliou Alvarez.