O objetivo é criar um mecanismo capaz de diminuir a volatilidade do preço do etanol com a queda na produção durante a entressafra. A linha foi criada a pedido do Ministério da Agricultura, que já tinha conseguido viabilizar no ano passado um montante de R$ 2,3 bilhões para a mesma finalidade. Os recursos foram compostos pelo BNDES (R$ 1,3 bilhão) e Banco do Brasil (R$ 1 bilhão). No entanto, menos de 10% foram emprestados, segundo Artur Milanez, gerente do Departamento de Biocombustíveis do BNDES.
O financiamento, que cobrava juros de 11,25% ao ano, foi lançado em junho do ano passado, no plano safra 2009/2010, quando o mercado financeiro ainda sofria com a retração do crédito na esteira da crise mundial de 2008. Os bancos foram muito cautelosos para emprestar e a safra acabou prejudicada por fatores climáticos, diminuindo a maior parte dos possíveis estoques.
? Os bancos comerciais não tiveram muito apetite. O preço se recuperou ao longo do ano, reduzindo a necessidade de caixa das usinas ? disse Milanez.
Neste ano, o Banco do Brasil não participará da linha para estoque de etanol, deixando para o BNDES todo o aporte de R$ 2,4 bilhões. Para o gerente do BNDES, a busca pelo crédito deve ser maior este ano e a formação dos estoques beneficiará a indústria reduzindo o sobe e desce do preço do álcool e estimulando investimentos na expansão de capacidade.
A linha deverá aumentar ainda mais a procura de crédito no BNDES pela indústria sucroalcooleira, que tem crescido no cenário de aumento da demanda com a venda de mais carros bicombustíveis e elevação dos preços da commodity. As aprovações de crédito do BNDES somaram R$ 2,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, 61% acima do registrado no mesmo período de 2009.