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Bolsa de Chicago aguarda virada de preços com entrada da nova safra norte-americana

Segunda reportagem da série produzida nos Estados Unidos mostra o funcionamento da principal bolsa de grãos do mundo e a expectativa pela safra recordeNeste ano, a previsão de uma super safra norte-americana vem derrubando os valores da soja e do milho no mercado internacional. Na segunda reportagem especial, produzida nos Estados Unidos, o Canal Rural visitou a Bolsa de Chicago, que é a principal referência para as cotações dos grãos, e verificou que a Bolsa já trabalha com a nova realidade de preços menores.

• Estados Unidos devem produzir mais de 100 milhões de toneladas de soja em 2014/2015

Os produtores americanos também estão preocupados com a queda das cotações. Durante a Farm Progress Show, a maior feira agrícola dos Estados Unidos, realizada no Estado de Iowa, o produtor de grãos John Knutson, do estado de Minessota, demonstrou otimismo com a safra, mas comentou a queda dos valores.

– Na nossa região, eu não acredito que a gente tenha uma produção recorde. Mas no restante dos Estados Unidos, a previsão é de muito milho e muita soja. Nós vemos os preços caindo quase todos os dias, é um pouco deprimente – disse Knutson.

John vendeu antecipadamente 20% da produção e já está preocupado.
               
– Tudo que podemos fazer é esperar por preços melhores no futuro – declarou o produtor.
               
A preocupação não é exclusiva de John, o diretor da Associação Sojicultores de Iowa, Lindsay Greiner, afirmou que a maioria dos produtores está atenta à redução dos preços.

– Eu acredito que a maioria dos produtores está preocupada com o preço. Nós teremos, provavelmente, três dólares a menos por bushel em relação ao ano passado – estimou Greiner.

O período de preços mais baixos depende da produtividade das safras norte-americana e sul-americana.

– Tendo a confirmação desta safra norte-americana e também a confirmação de uma safra boa na América do Sul, podemos estar entrando em um período duradouro, de talvez dois ou três anos de preços bem mais baixos do que estávamos acostumados – afirmou o consultor de mercado Pedro Dejneka.

Os preços devem se transformar já no começo da colheita, segundo Fred Seamon, diretor de pesquisa em Commodity e Desenvolvimento de Produtos do CME Group.

– Quando a colheita avançar, e nós vamos ter uma grande safra este ano, os preços certamente vão ser afetados. Este mercado é responsável por refletir a oferta e a demanda. Quando a oferta cresce com uma grande produção, nós esperamos por preços menores.

Na Bolsa de Chicago, a expectativa para os números reais da safra é grande. Virginia Mcgathey, corretora de commodities contou que “em dia de relatório de safra, o mercado quase para em torno de 15 segundos antes da divulgação”.

– Aqui, os relatórios saem às onze horas. Todos esperam, prendem a respiração e quando os números saem, o mercado reage quase instantaneamente, eu diria que é em um segundo.

Os corretores também estão de olho na produção brasileira. E, principalmente, no clima que pode diminuir ou aumentar a safra. O consumo é outro fator relevante.

– Quando os preços dos grãos estão baixos, pode haver uma participação maior do mercado de alimentação de gado e suíno ao redor do mundo, o que pode mexer com a demanda. E nós sempre temos que ficar de olho na China, que realmente pode aumentar a demanda e dar força ao complexo da soja. Eu sei que os preços estão baixos, mas é um período da dinâmica de oferta e demanda – esclareceu Virginia.
               
A relação entre os preços de soja e milho na Bolsa influenciam as decisões para a safra seguinte. Dejneka contou sobre um estudo recente, com apontamentos precoces, mas que já indicam um aumento de área de soja do produtor norte-americano no ano que vem, em torno de 2% em relação a safra recorde deste ano.
               
Para os agricultores brasileiros que visitam as lavouras norte-americanas no período pré-colheita, todo aprendizado vai ser importante em um futuro desafiador.
               
– Vemos aqui nos Estados Unidos tecnologias, manejo, tudo de ponta. E vamos voltar pra casa com a alegria de ter visto tudo isso e tristes por falar: nossa o americano vai se dar muito bem nesta safra. E na próxima, a gente ter que ser profissional pra sobreviver – disse o produtor brasileiro José Cusinato Jr.

Assista à reportagem:

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