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Diversos

Bolsonaro: Brasil estaria muito pior se os produtores tivessem parado

O presidente enalteceu o trabalho do homem do campo durante cerimônia de entrega de títulos de terra em Mato Grosso do Sul

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 14, que a situação do país estaria muito pior caso os trabalhadores do campo tivessem parado suas atividades em decorrência da pandemia. O presidente voltou a criticar as medidas de isolamento social. A afirmação foi feita durante a cerimônia de entrega de 307 títulos de posse de terra a agricultores familiares da comunidade Santa Mônica em Terenos (MS).

“Se vocês do campo tivessem ficado em casa, a exemplo do pessoal engravatado das cidades, as cidades teriam sucumbido”, disse o presidente, dirigindo-se aos agricultores que participaram do evento, ao destacar que é a produção dos agricultores familiares que alimenta o povo brasileiro.

O presidente voltou a reiterar as críticas que vem fazendo ao isolamento social enquanto instrumento de combate à pandemia. “Vocês sofreram muito com medidas restritivas sem qualquer comprovação científica. Não existe comprovação científica de lockdown. Não existe. Quase quebraram o Brasil ano passado para atingir o governo. Não conseguiram porque eu falei que só Deus me tira de lá”, disse Bolsonaro.

Ele acrescentou que os gastos com auxílio emergencial endividaram o país em R$ 700 bilhões “para atender questões da pandemia”, e que, “só de [gastos com] auxílio emergencial foi o equivalente a 10 anos de bolsa família”. “E agora se faz uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] em Brasília, não para apurar propina da vacina. Se faz uma CPI com aquela composição para apurar omissões no governo federal, mas que, na hora de convocar governadores, ela é contra”, argumentou o presidente.

Entrega de títulos

Também presente no evento, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, lembrou que, com os 307 títulos fundiários entregues hoje no Mato Grosso do Sul, o governo já contabiliza, desde 2019, 3.296 documentos de titulação definitivas e provisórios emitidos no estado. Deste total, 1.128 são títulos definitivos.

“A partir de hoje, esses produtores são independentes e podem fazer o que quiserem [com a terra] porque o título é de vocês. Vocês são donos da vida de vocês”, disse ao anunciar a assinatura do programa Titula Brasil, criado para apoiar a titulação de assentamentos e de áreas públicas rurais da União e do Incra passíveis de regularização por meio de parcerias com os municípios.

Terras indígenas e quilombolas

Bolsonaro aproveitou o evento, de entrega da posse de terras a agricultores familiares, para defender medidas similares aos povos indígenas, no sentido de dar a eles a posse de terra para fazerem, com ela o que bem quiserem. “Temos um projeto que torna a terra do índio igual à fazenda de vocês. Ele pode produzir, garimpar e fazer tudo que o fazendeiro do lado quer fazer”, disse o presidente.

“Não tivemos demarcação de terras indígenas ao longo dos meus quase 2 anos e meio [de governo], assim como não tivemos de quilombolas. Qual é a diferença de quem tem uma pele mais escura do que nós?”, acrescentou.

Ainda segundo o presidente, o país vive uma crise hidrológica devido à dificuldade para passar linhas de transmissão de energia elétrica em territórios indígenas. “E, por causa disso, gastamos mais de R$ 1 bilhão por ano em subsídio para que o povo de Roraima tenha energia elétrica”.

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