Os sul-africanos alegam questões fito-sanitárias para vetar a entrada de carne de porco do Brasil. Mas as autoridades brasileiras afirmam que o produto obedece todas as regras internacionais e não há razões para a proibição.
Os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e do Comércio e Indústria da África do Sul, Rob Davies, reiteraram que há intenções de buscar solução para a exportação da carne suína e encerrar a controvérsia.
Davies afirmou que no começo de 2010 um representante do Ministério da Agricultura da África do Sul irá ao Brasil para negociar um acordo para a exportação da carne suína brasileira. Para Jorge, até fevereiro essa e outras questões estarão solucionadas.
Aos 98 empresários brasileiros, que estão em missão ao Sul da África, Davies recomendou que invistam em áreas complementares às locais e não concorrentes às que atuam os sul-africanos.
? Não queremos destruir capacidades, mas complementá-las ? afirmou o ministro sul-africano.
De janeiro a outubro deste ano, o comércio entre Brasil e África do Sul foi de US$ 1,4 bilhão ? abaixo dos US$ 2,1 bilhões registrados no mesmo período de 2008. Para a África do Sul, o Brasil vende principalmente carne de frango, chassis, motores de veículos, carrocerias, açúcar refinado e autopeças, dentre outros.
Da África do Sul, foram comprados um total de US$ 349 milhões, no mesmo período. Os principais produtos comprados dos sul-africanos são hulhas, motores para veículos automóveis, ferro-ligas e produtos laminados, planos de ferro ou aços.
De acordo com o ministro, o objetivo da viagem é incentivar a ampliação do comércio e os investimentos bilaterais, explorando possibilidades de cooperação entre os setores produtivos do Brasil com esses países.
A África do Sul é a última escala da missão empresarial, liderada por Miguel Jorge, iniciada no domingo, dia 8. A viagem começou por Angola e depois continuou em Moçambique. É a terceira vez no ano que o ministro comanda uma missão de empresários à África.