Segundo a Scot Consultoria, o aumento significativo das exportações argentinas para o Brasil levanta suspeitas de irregularidade. Conforme a empresa, o país poderia estar praticando triangulação, repassando ao Brasil o leite subsidiado da Comunidade Europeia.
A consultoria lembra que a Argentina está em período de seca e por isso é difícil justificar o aumento da produção e das exportações de lácteos.
O baixo preço em outros países tem preocupado os produtores brasileiros de leite, diz também a consultoria. Neste cenário, o Brasil, que exportava mais do que importava, agora em janeiro passou a registrar déficit no comércio de lácteos. As exportações atingiram US$ 18,4 milhões. Enquanto isso o país importou US$ 28,8 milhões, sendo que 80% dos lácteos foram comprados da Argentina.
Os analistas da Scot lembram que, de acordo com dados da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para que o leite brasileiro seja competitivo, a indústria teria que produzir a um custo de US$ 2 mil a tonelada, o equivalente a 41 centavos o litro. O valor fica bem abaixo do que recebe o produtor atualmente ? 59 centavos em média.