Brasil e Argentina vão defender livre mercado de commodities no G20

Para Mantega, melhor forma de segurar inflação não é controlar os preços, mas estimular produçãoO Brasil e a Argentina vão defender o livre comércio mundial de commodities na próxima reunião do G20 ? grupo das maiores economias do mundo ? que acontece na semana que vem, em Paris. A posição comum foi definida nesta sexta, dia 11, em uma reunião entre o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, e o ministro da Fazenda argentino, Amado Boudou, na capital paulista.

Mantega afirmou, em pronunciamento após o encontro, que existem propostas de outras nações de regular o mercado de commodities ? matérias-primas cotadas nas bolsas de valores. Essas propostas visam a combater o aumento de preços dos produtos básicos, como minério de ferro e soja e, assim, segurar a inflação.

O ministro brasileiro disse, entretanto, que o Brasil e a Argentina não concordam com a ideia. Segundo Mantega, a melhor forma de segurar a inflação não é controlar os preços das commodities, mas estimular sua produção.

? Somos grandes exportadores de commodities e, portanto, temos uma posição sobre o que não se deve fazer. Se tem alguma coisa que precisa ser feita é estimular a produção, não inibir ? disse Mantega.

O ministro argentino ratificou a opinião do colega brasileiro. Para Boudou, a discussão não pode passar pela regulação de preços das commodities. Além da reunião do G20, os ministros também discutiram a situação econômica dos dois países e suas relações comerciais. Eles disseram estar otimistas com o futuro das duas economias e avaliaram: o Brasil e a Argentina continuarão entre os países que mais crescem no mundo nos próximos anos.

Mantega e Boudou enfatizaram que o comércio entre as nações é fator importante que contribuiu para o crescimento, daí a meta de expandir ainda mais as trocas comerciais entre o Brasil e a Argentina. O ministro brasileiro disse que espera aumentar a utilização de moedas locais no comércio Brasil-Argentina. Ele disse que acordos para uso do real e do peso argentino já foram fechados, mas o uso dessa prática pode ser maior.

O comércio entre o Brasil e a Argentina movimentou R$ 32 bilhões no ano passado, segundo Mantega.