Entre os fatores que contribuíram para o crescimento estão 28 milhões de toneladas de cana madura remanescentes da safra de 2008, que serão moídas neste período, e a ampliação de 9,9% da área plantada, consequência da entrada em operação de aproximadamente 25 novas usinas. Até o ano passado, os canaviais destinados à indústria sucroalcooleira ocupavam 7,08 milhões de hectares e agora chegam a 7,79 milhões de hectares.
Já a área total de cana para todos os usos saltou de 9,4 para 9,59 milhões de hectares (+1,8%), com expectativa de colheita recorde, de 674,8 milhões de toneladas, ou 3,3% a mais que a anterior.
? Isso prova que o mercado sucroalcooleiro continua aquecido, apesar da crise econômica ? explica o presidente da estatal, Wagner Rossi.
Os Estados do Centro-Sul processaram 90% da produção e o restante pelos do Norte/Nordeste. São Paulo segue como o maior produtor do país (360,41 a 367,69 milhões de toneladas), representando cerca de 58% de toda cana-de-açúcar que será processada.
Os destaques são a expansão do plantio em Goiás, com 527,6 mil hectares (+31,3%), e em Mato Grosso do Sul, com 335,1 mil hectares (+21,5%). Na soma, o Centro-Oeste registra crescimento de 20,50%, alcançando 1,09 milhão de hectares. A produção segue a mesma tendência, cerca de 30% maior (85,29 a 87,01 milhões de toneladas).
Já as plantações no Sul devem crescer 18,3%, ocupando 644,3 mil de hectares. O volume de cana que vai para a indústria sucroalcooleira deve ficar entre 53,24 e 54,31 milhões de toneladas e o Paraná assume a segunda maior produção do Brasil (53,1 a 54,2 milhões de toneladas), ultrapassando Minas Gerais (50,8 a 51,8 milhões de toneladas).
Outra mudança no cultivo atual é em relação ao uso da cana. A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até 17%, enquanto a que vai para o etanol deve aumentar até 7,7%. Com esta perspectiva, o Brasil vai produzir entre 36,42 e 37,91 milhões de toneladas de açúcar e entre 27,78 e 28,60 bilhões de litros de álcool, sendo cerca de 33% do tipo anidro (para mistura à gasolina) e 67% hidratado (vendido direto nas bombas).
? Hoje, exportamos 70% do açúcar e 15% de etanol. Com a valorização do dólar, a quebra de safra na Índia e os bons preços internacionais, o açúcar passou a ter remuneração mais atraente que o combustível ? explica o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto.
Ele ressalta que, embora esta safra seja mais açucareira, haverá álcool suficiente para atender os mercados interno e externo.
Para realizar a pesquisa a Conab enviou a campo 50 técnicos, entre os dias 30 de março e 9 de abril, que entrevistaram representantes de 382 usinas de álcool e açúcar, sindicatos e de órgãos públicos nos estados produtores de cana em todo o país.