Já em relação a 2008, período em que a produtividade foi positiva, houve um recuo de 14,18%, ou 6,52 milhões de sacas a menos. Outro fator que contribuiu para este quadro foi o regime de chuvas irregular e as temperaturas elevadas. As altas precipitações pluviométricas dos últimos meses, coincidindo com as fases de maturação e colheita do grão, comprometeram os processos de colheita e secagem, resultando em um maior volume de café com qualidade inferior.
Dessa forma, a produção do café arábica, o mais cultivado no país, com 73,1% da produção total, ficou em 28,9 milhões de sacas, redução de 18,5%, ou decréscimo de 6,62 milhões de sacas. As principais quedas foram registradas em Minas Gerais (-16,8%) ou 3,95 milhões de sacas, Paraná (-43,8%) ou 1,14 milhão de sacas e São Paulo (-22,6%) ou 997 mil sacas. Minas é o maior produtor, com 19,60 milhões de sacas, ou 68,08% do total.
Já o tipo conilon (robusta) é responsável por 26,9% da colheita nacional, com 10,60 milhões de sacas. Isso representa um crescimento de 0,9% sobre a produção da safra anterior. O Espírito Santo é o maior produtor dessa espécie, com 7,60 milhões de sacas, seguido por Rondônia (1,55 milhão) e Bahia (542 mil). A espécie robusta, diferentemente da arábica, não sofre com o fenômeno da bienalidade.
Neste ano os cafezais ocupam uma área produtiva de 2,09 milhões de hectares, também com redução de 3,54% sobre a superfície de 2,17 milhões hectares da safra passada. Com isso, pelo menos 76,89 mil hectares deixaram de ser cultivados.
O levantamento mostra que a maior área está em Minas Gerais, com 1 milhão de hectares, onde o arábica ocupa 98,6%. O solo mineiro representa 48,1% da área total cultivada, a maior no país. Espírito Santo é o segundo, com 479,80 mil ha.
A pesquisa de campo das duas culturas foi realizada no período de 23 de novembro a 4 de dezembro nos principais estados produtores. O acompanhamento da produção dos cafezais mobilizou 189 técnicos da estatal e de órgãos conveniados.