A capacidade estática de armazenagem no Brasil é de 170,1 milhões de toneladas em 2020, de acordo com a Cogo – Inteligência em Agronegócio. Considerando a estimativa para a safra de grãos em 251,1 milhões de toneladas, isso representa déficit recorde de 81 milhões de toneladas.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 31, a consultoria chama atenção que, nos últimos 10 anos, a produção nacional cresceu 88,3 milhões de toneladas, enquanto a capacidade de armazenagem aumentou apenas 29,6 milhões de toneladas.
Segundo orientação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o ideal é que a capacidade estática de um país seja 1,2 vez maior do que a produção de grãos. Entretanto, esse número fica em 0,7 em 2020. “Para atender a relação ideal recomendada pela Conab, a capacidade estática do Brasil deveria ser de 301,3 milhões de toneladas em 2020”, informa.
Além disso, apenas 16% da capacidade estática localizam-se nas propriedades rurais brasileiras, o
que, conforme aponta a consultoria, sobrecarrega o transporte e a armazenagem intermediária em épocas de colheita.
“Ao não possuir capacidade própria de armazenagem, o agricultor perde o poder de formar lotes maiores de venda e transacionar diretamente com as indústrias/tradings”, pontua. “Reter o grão por alguns meses na propriedade gera ganhos que cobrem em tempo relativamente curto os custos dos investimentos com a armazenagem”, acrescenta.