A estimativa da produção de grãos para a safra 2016/2017 poderá ficar entre 210,5 e 214,8 milhões de toneladas. É o que aponta o 1º levantamento da safra para este período, divulgado nesta quinta, dia 6, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com isso, o crescimento poderá ser de até 15,3% em relação à safra anterior 2015/2016, que foi de 186,3 milhões.
O arroz apresenta retomada nas áreas não cultivadas na safra anterior, com uma produção entre 11,6 e 12 milhões de toneladas. Com relação ao feijão primeira safra, o forte incremento de área poderá refletir numa produção de 11,9% a 18,7% superior à safra passada.
Já o milho, também primeira safra, deverá ter produção superior à passada, após três anos consecutivos de queda. A projeção para a soja é de crescimento de até 6,7% a 9% na produção, podendo atingir de 101,8 a 104 milhões de toneladas.
O amendoim deve ter uma produção de 408,8 a 421 mil toneladas, incrementada pelo ganho de área e produtividade. O levantamento também indica um aumento na produção de algodão.
O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo Antônio de Oliveira Neto, fez um resumo das expectativas e do andamento da produção de grãos no país, após a divulgação do primeiro levantamento e um dos principais pontos destacados foi o clima que, segundo ele, apresenta um prognóstico positivo. “Está tudo normal”, afirmou.
A safra anterior, de 2015/2016, foi impactada pelo clima, em especial pelo fenômeno do El Niño, que prejudicou culturas importantes, como a do arroz, feijão e milho. Desta vez, a Conab espera que o clima não seja uma dificuldade. Tanto que a previsão para a safra de grãos está bem acima dos 186,3 milhões de toneladas do período anterior.
Oliveira Neto destacou, ainda, que o crédito rural, na atual safra, foi disponibilizado dentro do prazo correto, o que ajudou os produtores. Além disso, os preços ao produtor, atualmente, cobrem os custos de produção. “Há rentabilidade em todas as culturas”, disse.
Ao avaliar as culturas, Oliveira Neto citou a redução de área de algodão na Bahia, mas lembrou que o principal produtor, Mato Grosso, apresentará manutenção de área ou mesmo um incremento. No caso do arroz, conforme o superintendente, há crescimento de produção na Bahia, o que pode ser atribuído à abertura de novas áreas.
Oliveira Neto destacou ainda os números do feijão, considerados “muito bons”, e o incremento de áreas na produção de milho na região Sul. “O quadro de oferta e de demanda nos dá tranquilidade para o ano”, destacou o superintendente.
Safra de inverno 2016
No caso da safra de inverno 2016, o grande destaque é para o trigo, cuja produção deverá ser de 6,3 milhões de toneladas, ou seja, 14,5% superior à safra passada, mesmo tendo sofrido redução de área.
A aveia e o centeio apresentam um aumento significativo de área e produtividade. No caso da cevada, há uma leve redução de área, mas a produção será superior a 26,1% em relação à safra anterior devido à recuperação da produtividade. Finalmente, a canola e o triticale também apontam um aumento de área e produtividade, o que resulta em um aumento de 39,7 e 14,1% em relação à safra passada, respectivamente.
Segundo Oliveira Neto, aveia, canola, centeio e cevada “estão de vento em popa”, com destaque para o Rio Grande do Sul. “Estamos prevendo maior safra de trigo para os próximos anos. No trigo, há áreas novas, como em Goiás. E vamos incluir aveia em Minas Gerais no ano que vem”, afirmou.
Área
A área plantada está prevista se situar entre 58,5 e 59,7 milhões de hectares. O crescimento previsto poderá ser de até 2,3% se comparada com a safra 2015/2016, que teve 58,3 milhões de hectares.
Com exceção do algodão, todas as demais culturas de primeira safra tiveram incremento de área plantada.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, destacou o desempenho do agronegócio, apesar da crise econômica enfrentada pelo país. “É chegar neste momento, de crise econômica, e ver que o agronegócio avança”, comentou, durante coletiva de imprensa para apresentação do primeiro levantamento da Safra 2016/2017, da Conab.
Segundo Geller, o agricultor demonstra “ânimo em continuar avançando”, o que é importante. “E continuamos a avançar em área, incorporando áreas degradadas e pastagens. Novas fronteiras agrícolas estão sendo abertas, como em Boa Vista (RR)”, comentou.