– Deve demorar em torno de dois a três anos para que os volumes de produção alcançados dois anos atrás sejam retomados. Muito do replantio de cana-de-açúcar foi adiado e a liquidez não é a ideal para começar novos projetos no Brasil – afirmou o analista, em uma conferência em Londres.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, que pode ser usada na fabricação de açúcar ou etanol. No entanto, os produtores lutam para se recuperar de uma safra pequena em 2011/2012 e lidar com altas nos custos de produção, valorização do real e clima desfavorável para as lavouras.
O analista destacou que a Argentina e a Colômbia estão ampliando a produção de biocombustíveis, embora essas nações tenham importância menor em termos de volume. Nos últimos 10 anos, houve um incremento rápido na produção global de biocombustíveis, com políticas de incentivo ao consumo no Brasil, nos Estados Unidos e na União Europeia exercendo forte impacto na demanda.
Eisentraut falou ainda sobre os questionamentos que os biocombustíveis têm recebido nos últimos anos, depois que a inflação dos preços dos alimentos foi atribuída à destinação dos mesmos para fontes alternativas de energia. Para o analista, o uso de alimentos para fabricação de biocombustível não é o principal responsável pela alta nos preços agrícolas. Ele acrescentou que os biocombustíveis representam alternativas para o setor agrícola: gerar novas fontes de renda e diversificar mercados.