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Brasil deve enfrentar problemas de infraestrutura para escoar safra de 2013, apontam especialistas

Presentes em fórum de São Paulo, produtores, indústria e governo debateram os problemas para a próxima safraA safra de 2013 pode ter uma colheita recorde, colocando nas estradas brasileiras cerca de 180 milhões de toneladas de grãos. Especialistas do agronegócio presentes no fórum promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, em São Paulo, apontam, no entanto, que o número também representa preocupação para a indústria e os produtores, já que o Brasil não tem infraestrutura suficiente para escoar a próxima safra.

O fórum reuniu representantes do governo, do setor de transportes e da indústria, que debateram as principais dificuldades previstas para o escoamento, que incluem a falta de estrutura nas rodovias e os problemas relacionados à nova legislação ao motorista.

Um debate é em relação à lei 12.619, adotada pelo governo em julho deste ano, que determina que o trabalho diário dos caminhoneiros não exceda 10 horas, e que a cada quatro horas de direção, o motorista descanse 30 minutos. Depois de manifestações, o governo prorrogou o início da fiscalização para fevereiro do próximo ano.

O diretor da Associação do Transporte Rodoviário de Carga do Brasil, Rogério Martins, expõe as insatisfações com a lei, referentes à falta de estrutura nas estradas e à possível perda da produtividade:

– Existem rotas em que o caminhão roda quatro, cinco, seis horas e não tem o mínimo ponto de parada. Não estou falando de posto de combustível, mas de um simples acostamento na beira da rodovia. Além disso, se você for aplicar a legislação, fizemos um teste e percebemos que os caminhões perdem aproximadamente 30% da produtividade. Isso afeta tanto o faturamento do caminhão na empresa como na remuneração do motorista. Está difícil manter o mesmo quadro de motoristas em função da aplicabilidade da lei – considerou.

O secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) , Fábio Trigueirinho, alerta para a perda de parcelas da safra:

– Nos últimos cinco anos, não tivemos movimento significativo nas estruturas de transporte. Estamos operando com as mesmas estradas esburacadas de sempre, hidrovias com pouca capacidade, com 5% de movimentação, e trens no limite. Como falta armazém, a confusão pode ser muito grande: produtos que podem ficar sem condições de armazenamento e transporte. Podemos perder uma parcela da safra em um momento de preços excepcionais.

Em julho deste ano, o setor teve uma amostra da falta de logística adequada. A safrinha do milho superou todas as expectativas e alcançou 60 mil toneladas. Com os silos ocupados ainda com a soja da última safra e a falta de caminhões, toneladas de milho ficaram expostas a céu aberto. A situação acabou sobrecarregando também as ferrovias, que já estão no limite da capacidade. É justamente este o cenário que aguarda o início da colheita da soja.

– Não fizemos a lição de casa nos últimos cinco anos, então vamos pagar a conta agora, e se o frete dos alimentos subir, ele será repassado ao consumidor. Pelo lado da exportação, vamos ter que remunerar os produtores com valores inferiores aos habituais, no caso de aumento do frete – destacou Fábio Trigueirinho.

O coordenador-geral de planejamento da Secretaria Nacional de Política de Transportes do Ministério dos Transportes, Luiz Carlos Rodrigues Pinheiro, disse que o governo está ciente dos problemas de logística e que vem agindo em relação a isso. Ele não especificou quais medidas serão tomadas, mas afirmou que algumas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) devem estar prontas já na próxima safra.

– Algumas medidas já vão ser necessárias. Recentemente, tivemos oportunidade de discutir com o MAPA e a SNA medidas emergenciais da movimentação de grãos da região Centro-Oeste, algumas imediatas – disse.

Produtores e a indústria esperam que o governo, ao menos, reavalie a legislação antes da safra.

–  Se não conseguirmos sensibilizar o governo a rever e prazo da lei, teremos uma situação de caos na logística, que será muito ruim para o país e para o agronegócio – observa Trigueirinho.

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