Brasil deve permanecer entre maiores produtores de milho este ano

Segundo a FAO, estimativa é de que o país exporte mais de 10 milhões das 65 milhões de toneladas previstas para a produçãoPela terceira safra consecutiva, o Brasil deve ficar entre os maiores exportadores de milho. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as vendas para outros países podem ultrapassar 10 milhões de toneladas. Entre os principais mercados, está a China, que já anunciou que vai aumentar as compras. Mesmo com a estiagem, que prejudica a produção nas regiões Sul e Nordeste, o país deve registrar recorde na safra do grão.

A estimativa do órgão é que sejam colhidos 65 milhões de toneladas, que representam aumento de 17% em relação ao ciclo passado.

– O Brasil goza de uma adversidade climática que permite produzir em alguns locais quando em outros não é possível. Como também conseguiu produzir duas safras em uma campanha e isso é extremamente importante. Aquilo que no Brasil se chamava safrinha hoje é uma safra extremamente importante, que é a segunda safra – afirma o representante da FAO no Brasil, Hélder Muteia.

A população brasileira consome cerca de 50 milhões de toneladas do grão por ano. O excedente desta safra, que deve girar entre 12 e 15 milhões de toneladas será vendido para outros países. Uma das apostas é a China que já anunciou a intenção de comprar 20 milhões de toneladas para manter os estoques, conforme o consultor da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein.

– Os Estados Unidos deverão ofertar mais. Não haverá acentuado aumento do milho destinado ao etanol. A safra é prevista como maior e, em consequência disso, o Brasil irá disputar com os EUA e com a Argentina a fatia do mercado que a China puder abrir como uma importadora maior – diz.

A previsão é comercializar 99 milhões de toneladas do grão no mundo inteiro. Conforme Klein, se a estimativa para o mercado brasileiro se confirmar, o país seguirá entre os quarto melhores colocados no ranking.

– É muito importante que nós tenhamos condições de lutar por mercado externo para colocar esses excedentes. Se não, haverá problemas de preço interno para o produtor. Se a oferta for muito superior à demanda, haverá uma queda de preço sem nenhuma dúvida – aponta.