Apreensivos com a crise internacional, produtores de algodão cobram mais firmeza do governo brasileiro e querem que o país e a Organização Mundial do Comércio (OMC) pressionem os Estados Unidos a cortar subsídios ao setor.
Apesar do aumento nas vendas no ano passado, houve redução de 20% na área plantada. Foram cultivados 849 mil hectares. A previsão é que o país reduza a produção, passando de 1,6 milhão de toneladas para 1,3 milhão toneladas em 2009.
De acordo com a Abrapa, problemas como a falta de crédito e os baixos preços de comercialização da pluma impedem a competitividade no mercado internacional. Para o presidente Haroldo Cunha, a disputa contra os subsídios ao algodão norte-americano é decisiva para beneficiar o setor brasileiro.
O governo federal reforçou à OMC o pedido de retaliações num valor estimado em US$ 2,5 bilhões. Mas os Estados Unidos não reconhecem a ilegalidade dos auxílios. Representantes da Abrapa vão a Genebra na próxima semana pedir ajuda à embaixada brasileira da organização. O impasse deve ser resolvido até o dia 30 de abril.
? Nós vamos continuar buscando a redução dos subsídios e se o que está na OMC não for implementado e o Brasil tiver direito de retaliação, nós vamos cobrar que o Brasil exerça o seu direito de retaliação com benefícios ao setor ? diz Cunha.
A dúvida em relação aos Estados Unidos força o setor a buscar novos mercados. O alvo é a China, maior consumidor de algodão. O país responde por 42% da demanda mundial.
Os chineses compram 47 milhões de fardos de algodão por ano, mas muito pouco do produto brasileiro chega até a China. A aposta para ganhar espaço nesse mercado é o maior produtor brasileiro, o Estado de Mato Grosso.