Durante os dois dias de encontro a portas fechadas, a Rússia pediu ao Brasil que ajude na transferência de tecnologia para produção de combustíveis alternativos. Só que, ao invés de cana, a matéria-prima usada seria a celulose. As autoridades russas também manifestaram a intenção de investir US$ 1 bilhão na produção de fertilizantes no Centro-Oeste brasileiro.
? O interesse deles é incrementar o relacionamento através de investimentos diretos no Brasil, especialmente no Mato Grosso do Sul, para a criação de uma unidade de fertilizantes. Claro que tudo isso vai depender um pouco do preço do gás, porque o gás é um insumo fundamental para a viabilização desse tipo de projeto ? afirmou Carlos Antônio da Rocha Paranhos, embaixador do Brasil na Rússia.
Na próxima segunda, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, assinará em Moscou a criação de um comitê consultivo para tratar de questões comerciais com a Rússia. O governo brasileiro tem interesse em ampliar as exportações de soja e carnes, enquanto os russos querem vender trigo para o Brasil.
Segundo o ministério das Relações Exteriores, os dois países esperam resolver ainda entraves sanitários.
? Nós precisamos criar canais que assegurem que esse comércio permaneça fluído e que não haja nenhum tipo de obstáculo. Temos interesse nessa área sanitária bem forte em termos de análises laboratoriais, controle microbiológicos, controle de resíduos e estabelecer métodos de controle semelhantes dos dois lados para que não haja qualquer tipo de barreira ao comércio bilateral ? explica Paula Aguiar Barboza, chefe interina da Divisão de Produtos da Agricultura de Base do Ministério das Relações Exteriores.