? A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante, que flutua para os dois lados ? destacou.
Segundo ele, devido à ação do governo em 2008, com várias políticas anticíclicas para mitigar os efeitos da recessão global no país, o Brasil dispõe de um conjunto de instrumentos mais fortalecidos.
? Atingimos US$ 350 bilhões de reservas internacionais. Os bancos comerciais têm no BC R$ 170 bilhões em depósitos compulsórios a mais do que antes da crise ? destacou Tombini.
Segundo ele, o Brasil possui carteiras de crédito menos arriscadas do que no final de 2010 devido às medidas prudenciais que o BC adotou, várias delas com o foco de tornar mais razoável a expansão do crédito do país. Ele citou, por exemplo, o caso de redução de prazos de financiamentos para a venda de produtos a consumidores.
Tombini afirmou que o Brasil também fez o “dever de casa” na busca da estabilidade de preços.
? O Banco Central persegue a meta de 4,5% de inflação em 2012 ? destacou.
Tombini afirma ainda que a inflação está perdendo força no Brasil, sendo que em junho e julho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu altas de 0,15% e 0,16%, respectivamente. Em maio, o índice registrou avanço de 0,47%.
Ele ressaltou novamente que de setembro deste ano a abril do ano que vem a inflação deve cair dois pontos porcentuais, de acordo com projeções de economistas de mercado.
?A política creditícia e fiscal também colaboram para a convergência da inflação (à meta) ? disse.
Basileia
O presidente do BC disse que a estabilidade econômica mundial nunca foi tão importante quanto nos últimos anos. Ele ressaltou que o acordo de Basileia 3 foi adotado com “lições” da crise financeira iniciada em 2007 e que o Brasil está avançado em várias tarefas relativas à implementação do acordo.
? O BC tem se antecipado em vários pontos ? destacou Tombini, citando entre esses progressos as questões sobre normas relativas a operações de derivativos.
Tombini afirmou que o atual estágio da crise econômica internacional é uma segunda etapa da crise financeira, surgida em agosto de 2007, e que, portanto, atualmente completa quatro anos.
? É uma decorrência fiscal dos impactos daquela crise ? comentou na abertura do sexto Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, realizado pela autoridade monetária na capital paulista.
Embora tenha destacado que a crise atual não é tão intensa quanto ao momento de agudização, deflagrado em setembro de 2008, após a falência do banco Lehman Brothers, Tombini afirmou que a economia global ainda não se recuperou daquela crise.
? A situação fiscal desses países é testada pelos mercados ? comentou Tombini, referindo-se às dificuldades registradas pelas economias dos EUA e Europa.
O ajuste crível das contas públicas exige tempo e não ocorre da noite para o dia ? contrapôs.
De acordo com o presidente do BC, na trajetória de recuperação da economia mundial, podem ocorrer sobressaltos.