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Brasil está preparado para situação mais difícil decorrente da crise mundial, diz Banco Central

Segundo Alexandre Tombini, economia global ainda não se recuperou da turbulência econômica de 2008O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ressaltou nesta sexta, dia 12, que o Brasil está preparado para uma eventual situação mais difícil decorrente da crise econômica mundial.

? A primeira linha de defesa é o câmbio flutuante, que flutua para os dois lados ? destacou.

Segundo ele, devido à ação do governo em 2008, com várias políticas anticíclicas para mitigar os efeitos da recessão global no país, o Brasil dispõe de um conjunto de instrumentos mais fortalecidos.

? Atingimos US$ 350 bilhões de reservas internacionais. Os bancos comerciais têm no BC R$ 170 bilhões em depósitos compulsórios a mais do que antes da crise ? destacou Tombini.

Segundo ele, o Brasil possui carteiras de crédito menos arriscadas do que no final de 2010 devido às medidas prudenciais que o BC adotou, várias delas com o foco de tornar mais razoável a expansão do crédito do país. Ele citou, por exemplo, o caso de redução de prazos de financiamentos para a venda de produtos a consumidores.

Tombini afirmou que o Brasil também fez o “dever de casa” na busca da estabilidade de preços.

? O Banco Central persegue a meta de 4,5% de inflação em 2012 ? destacou.

Tombini afirma ainda que a inflação está perdendo força no Brasil, sendo que em junho e julho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu altas de 0,15% e 0,16%, respectivamente. Em maio, o índice registrou avanço de 0,47%.

Ele ressaltou novamente que de setembro deste ano a abril do ano que vem a inflação deve cair dois pontos porcentuais, de acordo com projeções de economistas de mercado.

?A política creditícia e fiscal também colaboram para a convergência da inflação (à meta) ? disse.

Basileia

O presidente do BC disse que a estabilidade econômica mundial nunca foi tão importante quanto nos últimos anos. Ele ressaltou que o acordo de Basileia 3 foi adotado com “lições” da crise financeira iniciada em 2007 e que o Brasil está avançado em várias tarefas relativas à implementação do acordo.

? O BC tem se antecipado em vários pontos ? destacou Tombini, citando entre esses progressos as questões sobre normas relativas a operações de derivativos.

Tombini afirmou que o atual estágio da crise econômica internacional é uma segunda etapa da crise financeira, surgida em agosto de 2007, e que, portanto, atualmente completa quatro anos.

? É uma decorrência fiscal dos impactos daquela crise ? comentou na abertura do sexto Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária, realizado pela autoridade monetária na capital paulista.

Embora tenha destacado que a crise atual não é tão intensa quanto ao momento de agudização, deflagrado em setembro de 2008, após a falência do banco Lehman Brothers, Tombini afirmou que a economia global ainda não se recuperou daquela crise.

? A situação fiscal desses países é testada pelos mercados ? comentou Tombini, referindo-se às dificuldades registradas pelas economias dos EUA e Europa.

O ajuste crível das contas públicas exige tempo e não ocorre da noite para o dia ? contrapôs.

De acordo com o presidente do BC, na trajetória de recuperação da economia mundial, podem ocorrer sobressaltos.

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