Brasil estuda financiar exportações de países vizinhos

Ministros discutem eliminação da dupla cobrança da TECO governo federal discute financiar exportações de países vizinhos para estimular o comércio na região. A medida foi discutida nesta quinta, dia 12, em Brasília com o ministro de Relações Exteriores do Uruguai.

O chanceler uruguaio se encontrou com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para pedir a ampliação do fornecimento de luz de 300 para 500 megawats. O Uruguai enfrenta uma das piores secas da história, o que prejudicou seu abastecimento de energia.

Em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o chanceler uruguaio discutiu alternativas financeiras contra o protecionismo, como a eliminação da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC). No Itamaraty, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que governo poderá também ajudar as nações vizinhas a financiar as exportações, usando as reservas internacionais brasileiras, que hoje chegam a mais de US$ 200 bilhões. 

? Acho perfeitamente possível que o Brasil ajude os seus vizinhos a enfrentar esse momento de crise através de garantias de financiamento que as próprias reservas brasileiras podem oferecer, sem prejuízo ? disse Amorim.

A proposta foi bem recebida pelo ministro uruguaio. Gonzalo Fernándes destacou que existe ainda uma negociação para que exportações e importações dentro do Mercosul sejam feitas na moeda local de cada país, e não em dólar.

Os dois ministros enfatizaram que existe interesse em intensificar ainda mais o comércio entre os dois países. O intercâmbio bilateral entre Brasil e Uruguai atingiu em 2008 um valor recorde de US$ 2,6 bilhões, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. Mas o maior crescimento foi das exportações brasileiras, que chegaram a US$ 1,6 bilhão.

Para o chanceler uruguaio, o protecionismo só pode ser combatido com integração. E as propostas brasileiras são um bom exemplo. O ministro ratificou o interesse do Uruguai em receber ajuda financeira do Brasil. Segundo ele, é um instrumento a mais de cooperação para que todos superem a crise que atinge o planeta.